Fãs pagam mais caro, mas ficam presos em fila na CCXP
Polêmica no mundo geek: mesmo quem pagou pelos ingressos mais caros para desfrutar de privilégios na CCXP 2019, que este ano vai reunir 280 mil pessoas em São Paulo, tem passado perrengue. Mãe e filha, Renata, 45, e Julia Motta, 15, compraram o pacote Epic, um dos mais caros desta edição, com valor que varia entre R$ 1300 e R$ 1500, que dá acesso ao evento antes da abertura de portões para o público geral. Júlia queria muito ver a pré-estreia de Frozen II, mas, as duas acabaram se deparando com um fila no auditório, e esperavam enquanto Elsa já estava cantando do lado de dentro.
"Nós chegamos ontem à noite, lá pelas 23h, para poder pegar a pulseira que dá acesso ao auditório. Quando chegamos, elas já tinham acabado, então voltamos para o hotel. Chegamos aqui bem cedo hoje, e mesmo assim não conseguimos. Nós pagamos pelo pacote Epic e não tivemos facilidade nenhuma para entrar. Entramos junto com as pessoas que pagaram por um dia e dormiram na fila. Estamos revoltadas", desabafa Renata.
As duas vieram do Rio de Janeiro e estão estreando na CCXP: "Essa é nossa primeira vez aqui e não sabemos o que vai acontecer. Tivemos muitas decepções", complementa Renata.
As duas pretendem "acampar" no estacionamento do local para não perder a chance de entrar no painel da atriz Gal Gadot, a Mulher-Maravilha, o último de domingo.
Já o casal Gláucia, 36, e Rodrigo Amaral, 39, não teve a mesma sorte. Eles vieram com o intuito de assistir a Frozen II, mas desistiram ao perceber que o filme já tinha começado e eles continuavam na fila.
"Faz parte, pelo que o pessoal falou é assim mesmo. A gente vai assistir ao filme de qualquer forma quando sair no cinema", resigna-se Gláucia, que pretende curtir outras atrações da feira.
"Para você ter uma ideia do quanto ela queria ver esse filme, ela falou: 'Assistindo a Frozen, você pode fazer o que quiser depois'", complementa Rodrigo.
O ingresso Epic também não livrou os músicos Amanda Almeida, 35, e Renan Devoll, 31, de pegar fila. Mas eles não se incomodaram de perder a sessão de Frozen II; o objetivo deles era entrar no auditório e ficar lá até o fim do dia para acompanhar os painéis da Marvel e de Star Wars, que acontecem às 16h e 17h de sábado, respectivamente.
"Faz parte do nosso estilo de vida acompanhar a cultura pop. Pode ser besteira para as pessoas, mas para a gente não. É o nosso escape da realidade e é o espelhamento do mundo real de como o bem e o mal funcionam", explica Amanda, que pretende repetir a estratégia de chegar cedo no domingo para o painel da Netflix.
"Ninguém me arranca de dona Nairóbi", diz ela em referência à personagem de La Casa de Papel.
Já a bancária Talita Nakamaru, 31, também enfrentou fila apesar do ingresso Epic e do fato de que seu primo já estava no local.
"Meu primo ficou aqui, dormiu. Fui para casa, cheguei era umas 7h30. Vim correndo e entrei na fila", conta.
Ela tinha esperança de ainda conseguir entrar no auditório, mas também só para ficar na cadeira até o painel de Star Wars começar.
"Eu vim pelo Star Wars, sou muito fã. Lanche, comida, trouxe tudo", relata, mostrando sua preparação.
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