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Quais são os desafios da Disney+ para entrar na guerra contra Netflix

Chesnot/Getty Images
Imagem: Chesnot/Getty Images

Osmar Portilho

Do UOL, em São Paulo

23/11/2019 04h00

Já falamos por aqui sobre como as plataformas de streaming estão em uma luta feroz. E elas querem só uma coisa: sua assinatura. Nesta briga entre Netflix, Amazon, Apple e HBO, a Disney+ surge como um novo e poderoso rival, amparado por uma invejável seleção de conteúdos da produtora de Mickey Mouse. A chegada deste novo jogador, no entanto, não tem sido tão impactante quando se esperava, como aponta o artigo do Screen Rant, assinado por Nicholas Raymond.

"A Disney+ não é a assassina da Netflix que todos esperávamos. Ela entrou na guerra, mas não está se tornando uma ameaça real", afirmou. Do seu lado, a Disney tem franquias de muito sucesso e números impressionantes: a estreia no EUA aconteceu com 300 filmes e 7 mil episódios de séries, incluindo produções da Lucasfilm, Marvel, Pixar e Fox. No entanto, ainda há um caminho espinhoso para se alcançar outros serviços mais consolidados.

Era de ouro do streaming? Nem tanto

A disputa entre várias plataformas só tem benefícios para o usuário, certo? Nem tanto, como pondera o artigo do site CNET, de Bridget Carey, com o título "Como a guerra das plataformas com a Netflix irá te irritar". O principal ponto defendido fica na questão do eterno cabo de guerra que já se criou, seja por conteúdos exclusivos ou séries antigas que temos apego. "Você pode ter até assistido Friends na NBC nos anos 90, mas, se a série deixar a Netflix, ela irá para HBO - parceira da Warner - ou irá para NBC", diz o texto.

"Toda essa demanda pede ainda mais conteúdo e consequentemente mudanças para filmes, séries, programas de TV, podcasts e mais. Pode parecer um paraíso de mídia, mas teremos que lidar com uma grande lutas entre todos esses serviços", completa. O argumento do texto aponta para a necessidade de que teremos de assinar vários planos para acessar todos os títulos que queremos. "Ou você acha que havia se livrado dos planos de TV a cabo?", questiona.

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As assinaturas não decolaram (ainda)

Os números da Disney+, segundo o ScreenRant, impressionam, mas ainda estão muito aquém de causar um grande incômodo para sua maior rival. É claro: vale lembrar que o serviço ainda não foi lançado globalmente. O lançamento do serviço, hoje, é limitado a Estados Unidos, Canadá e Holanda. Tudo isso, porém, só estará disponível no Brasil daqui a aproximadamente um ano, quando o Disney+ deve desembarcar por aqui, por volta de novembro de 2020.

Inicialmente, os primeiros números mostraram que o serviço estreou com 1,9 milhões de assinantes - cerca de 3% do total da Netflix - e pulou para 10 milhões no dia posterior ao lançamento. "Os números são impressionantes, mas não se engane, não são estatísticas que vão abalar o mundo. Além disso, não foi revela o percentual destas assinaturas que são tratam de 'testes grátis'. este pode ser um indicativo se a pessoas irão assinar o produto a longo prazo", continua o artigo.

Kevin Mayer, da Disney - Jesse Grant/Getty Images for Disney - Jesse Grant/Getty Images for Disney
Kevin Mayer, da Disney
Imagem: Jesse Grant/Getty Images for Disney

Nostalgia X conteúdo original

É claro que ver o nascimento de uma plataforma amparada pela gigante Disney criou essa expectativa de uma rival a altura da Netflix nesta corrida com Amazon, HBO e outras. "Disney+ não está machucando a Netflix, e nem está chegando perto disso. Simplesmente porque a Disney+ é um 'animal' diferente da Netflix", pontua.

Enquanto a Disney faz algumas apostas em conteúdo original, como The Mandalorian, série da saga Star Wars, boa parte de seu catálogo mira nos clássicos animados e franquias populares da Marvel e Lucasfilm. No entanto, atacar nestas duas frentes certamente fará com que a Disney+ ganhe uma projeção significativa, mas ainda muito aquém de colher tantos assinantes como tem feito a Netflix ao longo dos últimos anos enquanto se consolidava em sua solitária liderança. "Esse catálogo ainda é insuficiente para fazer os espectadores largarem a Netflix e trocar seus catálogos por menos opções", afirma o texto do ScreenRant.