Os Parças 2 quer ocupar espaço dos Trapalhões com humor ingênuo e de grupo
Resumo da notícia
- Segundo o elenco, Os Parças 2 traz um humor semelhante ao que consagrou Os Trapalhões
- Ideia é falar com o "povão" e superar os 1,6 milhões de espectadores do primeiro filme
- Filmagens contaram com mais 30 atores e foram marcadas por improvisos
- Longa começa a chegar aos cinemas brasileiros hoje, com estreia oficial no dia 28
Existe uma ideia central por trás da continuação de Os Parças, dirigida por Cris D'Amato e que estreia em cinemas a partir de hoje: a produção e os atores querem preencher a lacuna deixada no entretenimento pelo humor dos Trapalhões. Aquele de estilo popular, ingênuo para os padrões atuais, com improvisos e piadas físicas feitas por um grupo de amigos —o velho pastelão.
Não que Whindersson Nunes, Tirulipa, Tom Cavalcante e Bruno de Luca estejam se comparando a Dedé, Didi, Mussum e Zacarias, mas de fato existe uma semelhança aí. Segundo o elenco, esta foi uma orientação explícita de produtores e da diretora Cris D'Amato, que, de certa forma, já havia usado o expediente na adaptação cinematográfica de Sai de Baixo, lançada em fevereiro.
"Não tem como inventar a roda. Você pode botar o aro novo, uma câmara de ar diferente, um pneu biscoito, mas vai continuar sendo uma roda. Os Trapalhões vieram como uma coisa histórica, e ficou uma lacuna de um humor mais de galera, que é o nosso humor. Um que todo mundo que assiste acha legal e tem alguma afinidade", diz ao UOL Whindersson Nunes, intérprete do amalucado Ray Van.
Todos eles concordam que se comparar ao time de Renato Aragão soa como heresia. O termo correto seria "inspiração". "Temos uma proposta interessante. Nosso formato é muito popular. É estamos em um país muito grande, com muita gente que se identifica com ele. Digo que 95% do Brasil é feito de gente 'popular'.Os outros são 5% são a 'burguesia'. Nosso trabalho é endereçado à massa", afirma Tom Cavalcante.
Um filme feito para o povão
Com pontas da cantora Simone, do ex-jogadores Falcão e Amaral, Os Parças 2 mostra os amigos perdendo dinheiro e fugindo de um perigoso criminoso chinês. O refúgio é uma colônia de férias no interior de São Paulo, mas o lugar não é exatamente como deveria ser. Não há infraestrutura, os banheiros e a casa parecem saídos de um filme de terror. Para piorar, eles precisam distrair um grupo de adolescentes que arranja confusão a colônia de férias vizinha.
As filmagens contaram com mais de 30 pessoas no elenco e duraram cerca de dois meses, em um extensivo clima de zoeira e improviso. As piadas feitas na cena do ex-jogador de futebol Amaral, que vive um motorista de ônibus, foram criadas na hora por Whindersson e Tirulipa. "Foi natural porque a gente podia ser a gente mesmo. Ficamos muito tempo vivendo juntos. Acordando e dormindo junto. A gente se divertiu mais do que qualquer coisa", lembra Tirulipa.
É possível fazer sem improviso?
Lançado em 2017, o primeiro Os Parças foi um dos grandes sucessos nacionais daquele ano, levando mais de 1,6 milhão de pessoas aos cinemas. Com a popularidade crescente de Whindersson Nunes, hoje com 37 milhões de inscritos no YouTube e um especial na Netflix, o novo filme tem tudo para superar os números. Na opinião dele, a química e o improviso resultante de uma amizade real são o segredo desse êxito.
"Talvez se a gente fizesse parte da criação do roteiro, na escrita, a gente pudesse fazer um filmes sem improvisos. Mas para a gente não funciona assim, Não tem como como colocar uma piada na boca do Tirulipa. Alguém pode incorporá-lo, mas, se a gente chamou o Tirulipa, é porque a gente sabe que precisa da cabeça dele. É assim com todos", diz Whindersson.
Escada da turma, Bruno de Luca concorda e ressalta que voltar ao personagem Romeu foi mergulhar nos anos 1990, quando começou na televisão. "Nas filmagens, eu me sentia como se estivesse gravando Malhação de novo, quando eu era moleque e praticamente vivia com o pessoal da novela. Foi muito divertido fazer esse filme. E espero que as pessoas também sintam isso quando forem ao cinema."
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