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Roger, do Ultraje a Rigor, fala sobre drogas: "Tive Síndrome do Pânico"

Roger no Pânico - Reprodução
Roger no Pânico Imagem: Reprodução

Colaboração para o UOL

13/11/2019 18h32

O músico Roger Moreira, vocalista da banda Ultraje a Rigor, foi o entrevistado desta quarta-feira (13) do Programa Pânico, da Rádio jovem Pan. Ele contou histórias da carreira dedicada à música, analisou o atual cenário musical brasileiro e lembrou do início da banda, especialmente do período em que chegou a usar drogas e como isso influenciou em sua trajetória.

Roger disse que não se envolve com essas substâncias desde a década de 1980, quando sofreu um sério problema psicológico. "Parei [de consumir drogas] lá para 1983 porque tive Síndrome do Pânico. Começou a me fazer mal", contou.

O músico fez questão de pontuar a diferença entre as drogas que chegou a consumir e as utilizadas atualmente, mas ressaltou que o hábito atrapalhou o trabalho da banda.

"As drogas eram um pouco diferentes das que usam hoje em dia. Era mais ácido, maconha... Mas alguns continuaram a usar. Aí tinha show que cada um estava em uma viagem diferente, então os shows começaram a ficar meio esquisitos".

Rock nos anos 80 e agora

Durante a conversa, Roger traçou algumas diferenças entre a indústria musical de quando começou com o Ultraje a Rigor e a dos dias atuais. Segundo ele, a banda, juntamente com outros conjuntos que surgiram na década de 80, teve de lidar com mais dificuldades que aquelas surgidas recentemente.

"Todo esse ambiente de rock, loja de instrumento, etc, começou com a gente. A gente tinha que importar todo equipamento, palheta, corda, guitarra. Enfim, essa coisa de rádio de rock, TV, festivais, todo esse ambiente foi criado depois da gente. [...] As gravadoras tinham um crivo, alguém que verificava a qualidade, porque era muito caro gravar um disco. E você tinha que passar por esse crivo. Hoje em dia isso não existe, é barato gravar, qualquer um grava em casa. E muita gente tem a ilusão de que a coisa é mais marketing do que arte. A arte fica em segundo plano".

De acordo com o entrevistado, a falta de originalidade dos músicos atuais, especialmente das bandas de rock, atrapalha a qualidade e impede o sucesso.

"Hoje é muito marketing. Tem muita regra e falta espontaneidade, falta conhecimento inclusive. Eles [artistas contemporâneos] querem imitar o último que fez sucesso e isso não tem muita graça", analisou.

Para Roger, parte da culpa da falta de inspiração das bandas de rock atuais é daqueles que tentaram rotular o estilo como algo rebelde. "Essa onda de que o rock tem que ser mal, tem ódio, travou um pouco o rock. O rock é rebelde, mas naturalmente, porque adolescente é assim", concluiu.

3 Comentários

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De drogas pesadas, já bastam as músicas da bandinha dele (ainda existe?).

Marcel Nunes

Por N motivos o Rock perdeu o seu reinado, o que não é exatamente uma má noticia. Como dizia a Elis - 'O novo sempre vem'... e veio mesmo. Os tempos mudaram. O Roqueiros tiveram que dividir o mercado bilionário, principalmente, com os rappers e especialmente, nos EUA. O que fica de bom é a mistura “Rock + outro estilo”, como o próprio Rap, que tambem herdou a cena com atitudes e letras 'rebeldes' e transgressoras, mas também racistas e misóginas, etc... O Rock era muito ‘rebelde’ nos anos 1960-70 da contra cultura, era o tipo de música que embalava o movimento, depois virou mercadão bilionário, como acontece com tudo no capitalismo. E, Graças à tecnologia, outras expressões artísticas conseguem chegar às massas, não apenas o ‘som dominante’ das rádios e mídias viciadas no jabá. A hegemonia das mega bandas de Rock dos homens brancos acabou.

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