• ENTRE
Topo

Red Hot faz show padrão, empolga e também irrita no Rock in Rio

Leonardo Rodrigues

Do UOL, no Rio de Janeiro

04/10/2019 02h00

Tocando pela quarta vez no Rock in Rio --nona no país--, o Red Hot Chili Peppers é o que se pode chamar de banda amiga dos brasileiros. Aquela amiga divertida e companheira dos tempos de adolescência, que, mesmo não tendo muito a ver com você atualmente, é garantia de sorrisos de orelha a orelha e de momentos de pura descontração a cada reencontro.

Foi mais ou menos esse sentimento que o grupo do vocalista Anthony Kiedis trouxe ao publico do festival, em um show que lotou o Parque Olímpico e rendeu explosões de alegria e também algumas reclamações de quem esperava um mero "best of" ao vivo. Nenhuma amizade é o tempo todo perfeita, afinal.

Continua após publicidade

Anthony afinado

Anthony Kiedis já amuou fãs, inclusive no Brasil, por seus desafinar em algumas músicas em turnês passadas. Nada que comprometesse os shows. Mas é fato que agora seu vocal está em grande forma, mais límpido e seguro. Também é fato que, quando falta energia, ele se move menos e é ainda mais cirúrgico em suas já econômicas intervenções com a plateia. Concentração faz diferença. Ponto para a performance.

Anthony Kiedis comanda show do Red Hot Chili Peppers no Rock in Rio - Marcelo Sá Barretto/Agência Brazil News - Marcelo Sá Barretto/Agência Brazil News
Imagem: Marcelo Sá Barretto/Agência Brazil News

Hits empolgaram, mas jams irritaram

Hits como Dani California, Give it Away e Californication conseguem levantar qualquer defunto preguiçoso em qualquer apresentação da banda no Brasil, e neste Rock in Rio não foi diferente. Mas houve quem reclamasse do excesso de jams, partes intrumentais e até das cover no show. Parte do público se mostrou ansioso. "Enrola muito!", bradou um grupo carioca sedento por sucessos. A energia de fato caiu. "Tanta música pra mandar, bicho!" Alguns, sem paciência, foram embora no meio e perderam The Power of Equality ser dedicada à Amazônia.

Fã que canta tudo

David Coverdale, do Whitesnake, disse em entrevista ao UOL que sempre se surpreende com brasileiros, que cantam não só a letras das músicas nos shows, mas também seus riffs e detalhes dos arranjos. Mas talvez ele ainda precise conhecer o fã de Red Hot Chili Peppers, que vai além e entoa até os backing vocals. O festival de agudos e falantes chegou a irritar alguns na pista, mas a reprodução fiel é no mínimo admirável. Tem que ter bom ouvido.

Fãs cantam Californication com o Red Hot Chili Peppers

UOL Entretenimento

Trilha de "amorzim"

Sabemos que a banda faz um som tipicamente californiano, solar, praeiro, mas o Red Hot também possui outras funções, com propriedades afrodisíacas. Vários casais apaixonados ou apenas beijoqueiros aproveitaram o show para se pegar muito entre um pula-pula e outro. Até durante a cover expressa de I Wanna Be Your Dog, dos Stooges, e na de Just What I Need, dos Cars, em homenagem ao guitarrista Ric Ocasek, que pouca gente conhecia e aplaudiu.

Josh Klinghoffer

Foi-se o tempo que o guitarrista, que há 12 anos tem a ingrata tarefa de substituitir o ídolo John Frusciante, mostrava sinais de insegurança ou desentrosamento com o colegas no palco. Afiado nos riffs, solos, "antisolos" e vocais de apoio, ele deu show no dia em que completou 40 anos de idade. Kieds lembrou, e ele ganhou parabéns cantado em português pelo público, o que passou despercebido pela transmissão de TV, antes de cantar solo sua versão de I Don't Want to Grow Up, dos Ramones.

Seja o primeiro a comentar

Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.

publicidade