Red Hot faz show padrão, empolga e também irrita no Rock in Rio
Tocando pela quarta vez no Rock in Rio --nona no país--, o Red Hot Chili Peppers é o que se pode chamar de banda amiga dos brasileiros. Aquela amiga divertida e companheira dos tempos de adolescência, que, mesmo não tendo muito a ver com você atualmente, é garantia de sorrisos de orelha a orelha e de momentos de pura descontração a cada reencontro.
Foi mais ou menos esse sentimento que o grupo do vocalista Anthony Kiedis trouxe ao publico do festival, em um show que lotou o Parque Olímpico e rendeu explosões de alegria e também algumas reclamações de quem esperava um mero "best of" ao vivo. Nenhuma amizade é o tempo todo perfeita, afinal.
Anthony afinado
Anthony Kiedis já amuou fãs, inclusive no Brasil, por seus desafinar em algumas músicas em turnês passadas. Nada que comprometesse os shows. Mas é fato que agora seu vocal está em grande forma, mais límpido e seguro. Também é fato que, quando falta energia, ele se move menos e é ainda mais cirúrgico em suas já econômicas intervenções com a plateia. Concentração faz diferença. Ponto para a performance.
Hits empolgaram, mas jams irritaram
Hits como Dani California, Give it Away e Californication conseguem levantar qualquer defunto preguiçoso em qualquer apresentação da banda no Brasil, e neste Rock in Rio não foi diferente. Mas houve quem reclamasse do excesso de jams, partes intrumentais e até das cover no show. Parte do público se mostrou ansioso. "Enrola muito!", bradou um grupo carioca sedento por sucessos. A energia de fato caiu. "Tanta música pra mandar, bicho!" Alguns, sem paciência, foram embora no meio e perderam The Power of Equality ser dedicada à Amazônia.
Fã que canta tudo
David Coverdale, do Whitesnake, disse em entrevista ao UOL que sempre se surpreende com brasileiros, que cantam não só a letras das músicas nos shows, mas também seus riffs e detalhes dos arranjos. Mas talvez ele ainda precise conhecer o fã de Red Hot Chili Peppers, que vai além e entoa até os backing vocals. O festival de agudos e falantes chegou a irritar alguns na pista, mas a reprodução fiel é no mínimo admirável. Tem que ter bom ouvido.
Trilha de "amorzim"
Sabemos que a banda faz um som tipicamente californiano, solar, praeiro, mas o Red Hot também possui outras funções, com propriedades afrodisíacas. Vários casais apaixonados ou apenas beijoqueiros aproveitaram o show para se pegar muito entre um pula-pula e outro. Até durante a cover expressa de I Wanna Be Your Dog, dos Stooges, e na de Just What I Need, dos Cars, em homenagem ao guitarrista Ric Ocasek, que pouca gente conhecia e aplaudiu.
Josh Klinghoffer
Foi-se o tempo que o guitarrista, que há 12 anos tem a ingrata tarefa de substituitir o ídolo John Frusciante, mostrava sinais de insegurança ou desentrosamento com o colegas no palco. Afiado nos riffs, solos, "antisolos" e vocais de apoio, ele deu show no dia em que completou 40 anos de idade. Kieds lembrou, e ele ganhou parabéns cantado em português pelo público, o que passou despercebido pela transmissão de TV, antes de cantar solo sua versão de I Don't Want to Grow Up, dos Ramones.
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