Foo Fighters faz mais um show irresistível no Brasil e encanta Rock in Rio
Assistir ao Foo Fighters encerrar o segundo dia de Rock in Rio, com várias atrações dos anos 90 na programação, é como ver uma seleção cheia de craques —como a da França, enfrentar um modesto clube da Série B brasileira. Você sabe muito bem o que acontecerá desde o início, e ainda assim é incrível.
A banda de Dave Grohl fez o que mais se esperava: um show para cima, carregado de hits, com explosões de alegria e nostalgia, em que você canta junto mesmo quando não sabe bem a letra, seja por boa vontade ou pura osmose. É um desafio resistir a um show do grupo, mesmo depois de tantas turnês no Brasil.
Por que isso acontece
Porque o setlist é montado a partir de hits. Parece básico e frugal, mas nem todos têm a graça de tê-los e compartilhá-los sem medo de ser feliz. Segundo a cartilha pop, quanto maior é um show —no Rock in Rio havia cerca de 100 mil pessoas— e mais distante você está de sua terra natal, mais você deve apostar no formato de coletânea de sucessos. Pretender, My Hero, Best of You, Times Like These e o grand finale Everlong levaram lágrimas a seguidores mais dedicados.
Muito pique
A energia lá em cima emanada pelos músicos, especialmente por Grohl, também serve como vitamina de catuaba roqueira e garante um show de rock no mínimo competente. Exemplo: mesmo no protocolar solo de bateria de Taylor Hawkins, em que ele é erguido a cerca de seis metros do chão em uma plataforma —aguarde, Mikkey Dee dos Scorpions fará o mesmo—, a histeria não arredou pé da Cidade do Rock. É uma banda Durracell.
Público que se renova
Diferentemente de outros grupos com mais de 20 anos de estrada, o Foo Fighters é consumido por pessoas que vão descem da casa dos 40 até os 20 e poucos. Também havia muitos adolescentes curtindo a banda no Rock in Rio e até algumas crianças sentadas nos ombros de pais. Toda essa juventude esbanjada é a principal explicação para tanta troca e e energia nas apresentações.
Tirando o pé do chão
Um curioso fenômeno acontece em praticamente todos os shows do Foo Fighters. Além de cantar todas as músicas, o público tem a mania de se abraçar lateralmente e pular como se não houvesse amanhã, nem próximo disco da banda. Nas músicas mais aceleradas, o fenômeno ganha forma de onda ao estilo torcida organizada. Uma aula de aeróbica com duas horas de duração.
Saudade do Nirvana
E você só percebe o quanto ele é carismático depois de vê-lo ao vivo. O vocalista surpreendeu ao dizer que chorou ouvindo, do camarim, o Weezer tocar Lithium, do Nirvana, e que ele sente falta de executá-la.
Pedido de casamento
Teve também. Ele chamou um fã ao palco para um emocionado e rápido pedido de casamento. "Eu amo o amor, seus filhos da puta", berrou Grohl, antes de emendar um trecho de Blackbird, dos Beatles, na guitarra e saudar o showman brasileiro Junior Groovador, que roubou a cena no show do Tenacious D.
Homenagem ao Queen
Outro momento que ficará por anos na memoria de quem viu o Foo Fighters voltar ao Rock in Rio após 18 anos: Taylor Hawkins fez uma tripla homenagem ao Queen. Primeiro puxou Love of My Life, lembrando a primeira edição do festival, cantada em uníssono. Depois brincou de vocalize ao estilo Freddie Mercury. Terminou trocando de lugar com o vocalista e cantando o hit Under Pressure. Além de ótimos entertainers, os integrantes do Foo Fighters também são ótimos professores da escola do rock.
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