Negra Li relembra preconceito: "Quantas vezes fui revistada?"
Negra Li falou sobre os 22 anos de carreira no The Noite de ontem. A cantora, que completa 40 anos no próximo dia 17, recordou as dificuldades para gravar e o preconceito que o rap ainda sofre.
"Da indústria, sim. Porque o rap sempre foi taxado como coisa de criminalidade, marginalizado. Quantas vezes fui revistada por policiais antes de sair para os shows?! As pessoas delatavam, alguém falava: 'tem um pessoal esquisito aí'. Eu: 'meu, estou indo trabalhar!'. Há muitos anos uma mulher cantar em cima do palco... A gente vê resquícios dessa cultura", afirmou ela.
O álbum Raízes, lançado ano passado, levou seis meses para ser produzido. "Fiquei sem gravar de 2012 até 2017. Em 2016 comecei a fazer a demo e ir atrás de quem acreditasse. Estava grávida quando comecei a planejar o disco. Paguei com meu dinheiro para fazer as demos".
Ela avalia o que mudou de seu início na música para hoje. "A velocidade com que tudo acontece. Tecnologia, internet, (isso) ajudou as pessoas a terem espaço, fama, mesmo que 15 minutos". E não vê rixa entre os antigos rappers e os atuais. "Eu não vejo treta, de verdade. Só o pessoal se unindo".
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