Euphoria tem cenas explícitas e faz 13 Reasons Why parecer brincadeira
Há cenas que são explícitas, difíceis de assistir e que podem ser gatilhos.
Zendaya definiu com precisão a nova série que protagoniza, horas antes de seu primeiro episódio ser exibido, no último domingo. Euphoria, da HBO, é um mergulho sem qualquer censura no universo dos adolescentes norte-americanos, capaz de fazer até 13 Reasons Why parecer mais leve.
Em um só episódio, a protagonista Rue - papel de Zendaya - teve uma overdose; um pai de família (Eric Dane) apareceu em nu frontal, com o pênis ereto, antes de transar com uma adolescente trans; dois jovens protagonizaram uma transa com estrangulamento; e o bullying e o compartilhamento de imagens íntimas correram soltos. A julgar pelo que a imprensa americana já divulgou sobre os próximos episódios, a série não deve atenuar seu conteúdo.
Sam Levinson, o criador da série, jura de pés juntos que não fez sua história para chocar. Ela é, afinal, baseada em suas próprias experiências como adolescente. "Acho que estamos sendo autênticos à experiência de ser jovem. Não queríamos segurar nada, não queríamos que parecesse que estávamos escondendo algo", disse ele à revista The Hollywood Reporter.
A justificativa, porém, não diminuiu a controvérsia. O Parents Television Council, organização americana que monitora as produções veiculadas na TV, pediu o fim da podução, alegando que ela "aparenta estar intencionalmente vendendo conteúdo adulto explícito - sexo, violência, profanidade e uso de drogas - para adolescentes e pré-adolescentes".
O conteúdo de Euphoria mostrou-se demais até para um dos atores de seu elenco principal. O ex-participante do X-Factor Brian "Astro" Bradley, 22, pediu para sair da série durante as filmagens do piloto, desconfortável com cenas futuras que mostrariam seu personagem se envolvendo com pessoas do mesmo sexo. Acabou substituído por Algee Smith, ator de O Ódio que Você Semeia.
Produção de alto nível
As controvérsias, no entanto, acabam por ofuscar as qualidades da série, que é dolorosamente real e foge do escapismo de outras produções adolescentes como Gossip Girl e Elite, recheadas de crimes e mistérios. Em Euphoria, são as dores do dia a dia que mais importam, e cada um de seus personagens tenta sobreviver à adolescência carregando bagagens que, às vezes, se revelam muito pesadas.
Zendaya, ex-estrela da Disney, mostra ser o fio condutor perfeito para a jornada da série. Entregando a melhor atuação de sua carreira, ela cria uma conexão imediata com quem está assistindo a partir de uma mistura de humor, dor e uma honestidade brutal. É dela, também, a narração dos episódios - um recurso complicado que Euphoria consegue usar bem para nos inserir dentro de seu universo.
A série chama a atenção por ser, ainda, muito bem produzida: a fotografia e a montagem estão dentro do (alto) padrão da HBO, e servem bem à narrativa, criando uma atmosfera inebriante.
À primeira vista, Euphoria parece ser bem mais do que as polêmicas que a fizeram ser tão discutida nos últimos dias. Resta ver se a série de Levinson irá se sustentar ao longo dos sete episódios restantes e escapar da tentação de se entregar ao choque puro e simples.
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