Que ano "horrívis"? Que nada! 2019 é o ano de Keanu Reeves
A piada é velha, mas volta em forma de memes, correntes de WhatsApp e enxurrada de tweets a cada Réveillon. Pegue o jeito característico de falar do saudoso Mussum e o nome do astro Keanu Reeves e pronto: você já tem um trocadilho para reclamar dos últimos 365 dias. Mas, para o ator que imortalizou Neo e John Wick nos cinemas, 2019 tem sido não só um ano excelente, como também um dos melhores da sua (já) longa carreira - seja sendo exaltado por como tira foto com fãs ou protagonizando um dos filmes do ano.
Com "John Wick: Capítulo 3", o ator já tem seu quarto filme de maior sucesso comercial nos cinemas dos EUA, arrecadando quase US$ 140 milhões em 24 dias de exibição. Críticas antecipadas de "Toy Story 4" dão conta que sua atuação, dando voz ao boneco de um motociclista-acrobata chamado Duke Caboom, é uma das melhores coisas do filme. E ele acaba de ser anunciado como o principal nome de um dos games mais aguardados dos últimos sete anos: "Cyberpunk 2077".
"As crianças que cresceram com Reeves em 'Bill e Ted', 'Caçadores de Emoção', 'Velocidade Máxima' ou 'Matrix' se tornaram agora parte do consenso crítico adulto", defende Scott Mendelson, no artigo da Forbes "Keanu Reeves está mais popular do que nunca".
Para o jornalista, conforme esses fãs amadureceram e se tornaram formadores de opinião, eles conduziram a narrativa da qualidade técnica de Reeves para uma posição elogiosa ao ator, promovendo um resgate de sua carreira que a trouxe ao auge atual. O que faz sentido. Aos 54 anos de idade, Reeves é um dos poucos atores (ao lado de Tom Cruise) que seguem fazendo, com credibilidade, os mesmos filmes de ação e aventura que os consagraram nos anos 1990.
São quase 30 anos atravessando gerações e fortalecendo uma posição de referência no cinema de massa que passa a ocupar um espaço único no imaginário popular - uma longevidade que, logicamente, será recompensada com o apreço e a admiração do público. Mas não é só isso!
Dono de um estilo de vida mais simplista que o da maioria dos famosos, marcado por duras tragédias pessoais e conhecido por atos frequentes de gentileza (dos vídeos em que oferece assentos no transporte público à doação de seu cachê nas sequências de "Matrix" para membros da equipe técnica do filme), o ator é dono de um poder de viralização nas redes sociais equiparável talvez apenas ao de Nicolas Cage (mas de forma bem mais elogiosa que o colega de profissão).
É como se toda a trajetória de Keanu tivesse sido guiada para atingir o sucesso neste exato momento da globalização, fazendo dele um ícone inevitável: seja nos cinemas, nos games, na internet ou na televisão.
Pegue, por exemplo, só os últimos dois meses como exemplo. Reeves viralizou com uma aparição surpresa no trailer da comédia "Meu Eterno Talvez", da Netflix; com uma resposta profunda à questão da vida após a morte no Late Show, com Stephen Colbert; com um vídeo abraçando cachorrinhos; e, por fim, com a revelação de seu personagem em "Cyberpunk 2077": o roqueiro-vigilante Johnny Silverhand. E isso sem sequer ter um perfil oficial nas principais redes sociais do momento.
Renasce uma estrela
Ser dono de uma presença tão poderosa na internet, especialmente estando fora dela, é um feito ainda mais impressionante se considerado que, há menos de 10 anos, a carreira de Keanu parecia relegada a filmes B e independentes. Apesar de ter protagonizado um dos maiores ícones culturais da virada do novo milênio com a trilogia "Matrix", ele já não figurava entre a Classe A de atores de Hollywood na metade final da primeira década deste século.
Entre o divertido "Constantine", de 2005, e o primeiro "John Wick", de 2014, seu maior blockbuster foi o infeliz remake de "O Dia em Que a Terra Parou", detonado pela crítica internacional - muito pouco para quem um dia foi o ator mais bem pago em Hollywood, mas algo que não só não o incomodou, como o colocou na direção do projeto que o lançaria de novo ao estrelato.
Mais distante dos holofotes, Reeves pôde se dedicar a projetos pessoais, como voltar a mergulhar na cultura asiática e no cinema de artes marciais dirigindo seu primeiro filme, "O Homem do Tai Chi", e estrelando o (problemático) épico de samurais "47 Ronin".
De volta ao círculo do cinema de ação B, Reeves viu chegar em suas mãos um roteiro pelo qual se apaixonou. Ele trazia o papel que, talvez para a surpresa até do próprio Keanu, o definiria para toda uma nova geração de fãs do cinema de ação: o do ex-assassino de aluguel John Wick.
Ao Infinito e Além
Com "De Volta ao Jogo", o primeiro (e melhor) filme protagonizado pelo personagem, Reeves foi logo alçado de volta às graças hollywoodianas, voltando a figurar em produções de maior prestígio comercial e/ou artístico, como "Amores Canibais", "Demônio de Neon" e até a comédia "Keanu".
A força de sua imagem nas redes sociais também se expandiu - saindo da repetição do meme do "Keanu Triste" para uma espécie de entidade sobrenatural invencível, fortalecida pela precisão infalível e ímpeto imparável com o qual Wick elimina seus alvos nos filmes.
Agora, já se fala no nome do ator para integrar a Fase 4 dos filmes da Marvel Studios, as maiores e mais poderosas produções do cinema mundial. Reeves protagonizaria "Os Eternos", uma das apostas mais interessantes e artísticas da Casa das Ideias.
A história, que mescla ficção científica, mitologia e space opera (e criada nos quadrinhos pela lenda Jack Kirby), seria a coroação definitiva à nova fase estelar de Keanu. Sem falar no que isso traria de bom à própria Marvel, que vem apostando mais e mais em conteúdo viral com suas novas estrelas.
O estúdio, que fez até Jake Gyllenhaal entrar no Instagram só para divulgar seu papel como Mysterio no novo "Homem-Aranha", só teria a capitalizar com a bomba que atingiria Facebook, Twitter e principalmente o Instagram se Keanu Reeves não só se unisse à Marvel, como também passasse a ter presença oficial nessas redes. O mesmo valeria para Warner e seus filmes do Universo DC, se o estúdio decidisse comprar uma briga pelo passe do ator (fica a dica).
Em 2020, além do lançamento de "Cyberpunk 2077", Keanu certamente voltará a bombar nas redes com a estreia de "Bill e Ted Encaram a Música", outro projeto pessoal do ator que não só encerra uma trilogia prometida há quase três décadas, como também resgata alguns dos personagens mais divertidos dos anos 1990.
Enquanto se fala também em possibilidade de continuações deixadas pelo fim de "Toy Story 4", só podemos imaginar se elas não viriam a envolver mais uma vez o astro canadense, de mãe inglesa e pai havaiano. Vivemos na Era de Reeves, afinal, e parece que ela vai durar por muito tempo ainda.
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