Em noite de "fan service", Los Hermanos se entrega por completo em SP
Entre "Los Hermanos" (1999) e "4" (2005), o Los Hermanos já foi chamado de tudo: desde banda de um hit só por "Anna Júlia" até de rock alternativo cool por suas canções introspectivas. Ontem, diante de um Allianz Parque lotado com 45 mil pessoas, Marcelo Camelo, Rodrigo Amarante, Bruno Medina e Rodrigo Barba mostraram uma faceta até então desconhecida pelo público de São Paulo: uma banda de arena.
Fechando a atual turnê, o grupo fez a melhor apresentação de suas últimas reuniões, mostrou simpatia e um setlist certeiro.
Fan Service
No mundo geek se fala muito em "fan service" quando existe um empenho para agradar seus fãs usuais - além de atrair novos. Na noite de ontem, o Los Hermanos se esforçou para entregar um show completo e empolgante para quem acompanhou o sucesso da banda dos anos 2000. A entrega veio por meio de um setlist repleto de canções que foram sucesso, alguns lado B indispensáveis e a uma inédita.
É claro que este é um setlist já antigo e sem novidades - com exceção da nova "Corre, Corre", mas o grupo, acompanhado de Gabriel Bubu, alternando baixo e guitarra, e seu impecável naipe de metais, montou um repertório "sem medo de ser feliz". Depois de abrir com "A Flor" e "Além do Que Se Vê", entregou sequências onde pôde gastar hits na sequência para testar o público num grande karaokê de 45 mil pessoas, como a trinca "O Vencedor", "O Vento" e "Todo Carnaval Tem Seu Fim". Tudo isso na primeira meia hora de apresentação.
Um raro carisma e leveza no palco
Quem acompanha o grupo sabe: os shows de reunião em 2012 e 2015 não tiveram a mesma dinâmica. Naquelas ocasiões, a banda subiu ao palco de maneira sisuda, tocou suas músicas e só. Muito diferente do Los Hermanos de 2019, que passeou por suas músicas com propriedade e uma leveza que há muito não víamos.
"É um prazer estar com vocês nessa noite linda de lua cheia", disse Marcelo Camelo, que definiu a turnê que se encerrou como "inacreditável". O vocalista ainda puxou uma rápida enquete questionando qual parte do público já havia visto um show do Los Hermanos e quem estava lá pela primeira vez. Amarante, que perde o amigo mas não perde a piada, interferiu: "E quem nunca mais vai voltar?".
Setlist completo
Foram 27 canções em quase duas horas de apresentação que não deixou aquele "gostinho de quero mais". Os cariocas entregaram "Sentimental", "A Outra", "Morena", "Condicional" e misturas inimagináveis de canções, que poderiam se trágicas, mas o grupo teve o público na mão durante 100% do tempo. Qual banda teria propriedade para tocar as explosivas "Tenha Dó", "Quem Sabe", "Descoberta" e "Anna Júlia" numa tacada só no melhor estilo de show de punk e ska e desaguar nas melancólica "O Velho e o Moço"? Eles ofertaram essas quebras bruscas de clima algumas vezes e o público comprou todas cantando junto "De Onde Vem a Calma" e vendo a rara "Pierrot" fechando o repertório. Ninguém nem se importou com a ausência de "Cara Estranho".
"Um sonho que a gente nunca imaginou sonhar"
Na despedida do palco, Marcelo Camelo fez um emocionante discurso agradecendo seus companheiros de banda e equipe, diante possivelmente de uma das maiores plateias que enfrentou, assim como foi no Maracanã, no Rio de Janeiro. Diferente de uma despedida com reverência ensaiada na frente do palco, os quatro se abraçaram espontaneamente com Barba ainda na bateria, fechando uma turnê onde puderam conhecer seu público em uma aglomeração e se conhecer também como uma banda de arena.
Veja o setlist
"A Flor"
"Além do Que Se Vê"
"Retrato pra Iaiá"
"O Vencedor"
"O Vento"
"Todo Carnaval Tem Seu fim"
"Condicional"
"Corre Corre"
"Primeiro Andar"
"A Outra"
"Morena"
"Pois É"
"Sentimental"
"Samba a Dois"
"Tenha Dó"
"Quem Sabe"
"Descoberta"
"Anna Júlia"
"O Velho e o Moço"
"Paquetá"
"Do Sétimo Andar"
"Último Romance"
"De Onde Vem a Calma"
"Conversa de Botas Batidas"
Bis
"Deixa o Verão"
"Azedume"
"Pierrot"
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