"Bacurau": Equipe do filme passa pelo tapete vermelho de Cannes sem protesto
Três anos depois de causar alvoroço no tapete vermelho de Cannes, com protestos perante toda a imprensa mundial contra o impeachment de Dilma Rousseff, o cineasta Kleber Mendonça Filho voltou agora à noite à mesma escadaria para apresentar seu novo filme.
Mas, desta vez, o pernambucano não fez nenhum tipo de manifestação política. Antes da sessão de gala de "Bacurau", longa brasileiro que disputa a Palma de Ouro, o diretor e sua equipe passaram pelo tapete sem maior alarde.
Havia certa expectativa de que Mendonça, o co-diretor do longa, Juliano Dornelles, e os demais membros da equipe se manifestassem contrariamente ao governo de Jair Bolsonaro, ao qual o cineasta várias vezes já fez duras críticas publicamente. Mas desta vez o diretor não aproveitou a visibilidade da situação para se posicionar politicamente.
Em 2016, quando esteve em Cannes para promover seu longa "Aquarius", Mendonça e a equipe do filme ergueram cartazes criticando a movimentação político-jurídica ocorrida no Brasil que desencadearia três meses mais tarde o impeachment de Dilma e a posse de Michel Temer.
Na ocasião, o cineasta e colegas de set exibiram no tapete vermelho papeis com dizeres (em inglês) como "O Brasil não é mais uma democracia" e "Um golpe está acontecendo no Brasil".
Estrelado por um elenco que inclui Sonia Braga, Karine Telles e o alemão Udo Kier, "Bacurau" é o único longa de um diretor brasileiro na disputa pela Palma de Ouro deste ano. De acordo com Mendonça, a trama mistura gêneros como faroeste, ação e ficção científica, passada em uma cidadezinha no sertão do Nordeste que, de uma hora para outra, desaparece do mapa.
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