Apresentador preso por orquestrar mortes para mostrar na TV é tema de doc da Netflix
Wallace Souza, ex-apresentador de TV e deputado, que morreu em 2010, será tema de uma série documental da Netflix. A produção terá como enfoque as acusações em torno de Souza, preso por orquestrar mortes e produzir cenas de crime para passar em seu programa na televisão.
De acordo com o site Deadline, a Netflix firmou parceria com as produtoras britânicas Caravan e Quicksilver pela série documental, que terá sete episódios e será disponibilizada na plataforma - ainda não há previsão de data de estreia.
O nome é "Killer Ratings", uma expressão de duplo sentido que pode se referir a números de audiência altos, ou fazer um trocadilho com assassinato, no original em inglês.
Wallace Souza chamou atenção com o programa "Canal Livre", que apresentava em Manaus, que cresceu com a reputação de encontrar cenas de crime e exibi-las, algumas vezes até antes de a polícia ter chegado ao local. Souza passou a ser acusado de encomendar mortes e criar cenas de crime, com o intuito de mostrá-los no programa. Um ex-segurança do apresentador o acusou de ser chefe de uma organização criminosa.
O apresentador também foi deputado, mas acabou cassado no final de 2009 e expulso do PP depois de ser acusado pela Polícia Civil de mandar matar traficantes de drogas para aumentar a audiência de seu programa de TV. Souza foi preso por suspeita de ligações com crimes, incluindo formação de quadrilha, tráfico de drogas e homicídio. Durante sua defesa, alegou inocência.
Souza morreu em 2010, vítima de parada cardíaca e infecção generalizada.
A produção de "Killer Ratings" entrevistou pessoas ligadas ao programa de Souza, amigos, parentes e fontes policiais, e promete mostrar cenas inéditas do "Canal Livre". A direção é de Daniel Bogado.
"O que eu achava que sabia sobre Wallace Souza se mostrou ser só o ponto de partida de uma história extraordinária. Quando procuramos a fundo, vimos que os eventos eram de deixar queixos caídos, dignos de um roteiro de Hollywood", afirmou Bogado, segundo o Deadline.
Relembre no vídeo abaixo as acusações de Wallace Souza em vídeo de 2009 da Reuters. Cuidado, imagens fortes:
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