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Kleber Mendonça Filho volta à disputa pela Palma de Ouro em Cannes com "Bacurau"

Cena do filme "Bacurau", de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles - Divulgação
Cena do filme "Bacurau", de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles Imagem: Divulgação

Felipe Branco Cruz

Do UOL, em São Paulo

18/04/2019 08h40

O Brasil está de volta mais uma vez à seleção oficial competitiva do Festival de Cannes, na França, que neste ano ocorrerá entre 14 e 25 de maio. "Bacurau", o terceiro longa-metragem de Kleber Mendonça Filho, coescrito e codirigido por Juliano Dornelles, está concorrendo à Palma de Ouro. A estreia do filme no Brasil será no segundo semestre, com distribuição pela Vitrine Filmes.

Além de "Bacurau", o Brasil também está representado por "O Traidor", do italiano Marco Bellocchio, que concorre à Palma de Ouro. O filme sobre um mafioso que se refugiou no Brasil tem Caio e Fabiano Gullane (de "Que Horas ela Volta?") responsáveis pelas cenas gravadas no Rio de Janeiro. Maria Fernanda Cândido está no elenco como a mulher do mafioso.

Há ainda "A Vida Invisível de Eurídice Gusmão", de Karim Aïnouz, que está na mostra "Um Certo Olhar". Fernanda Montenegro interpreta a mulher do título, que enfrenta o machismo dos anos 1950.

Na corrida pela Palma de Ouro

Kleber Mendonça Filho é o diretor de "Aquarius" e "O Som Ao Redor". "Aquarius" também concorreu à Palma de Ouro de Cannes em 2016, quando o diretor e o elenco fizeram um protesto no tapete vermelho do festival questionando o processo de impeachment da então presidente Dilma Rousseff.

"Bacurau" é uma coprodução Brasil-França. As brasileiras Sonia Braga e Karine Teles e o alemão Udo Kier e Karine Teles fazem parte do elenco, que ainda tem Barbara Colen, Silvero Pereira, Thomas Aquino, Antonio Saboia, Rubens Santos e Lia de Itamaracá.

O filme

"Bacurau" foi rodado no Sertão do Seridó, na divisa do Rio Grande do Norte com a Paraíba. O enredo conta a história de uma comunidade que desaparece do mapa após a morte de sua matriarca, a nonagenária Carmelita.

"Bacurau é um projeto que vem sendo desenvolvido desde 2009, quando era só uma ideia, até ser filmado em 2018. Enquanto o roteiro se transformava, o país e nosso cotidiano também. Estrear em Cannes nesse ano de 2019 é dar um lugar de respeito ao Brasil, seu cinema e sua cultura", disse Juliano Dornelles em material divulgado à imprensa.

Para Kleber Mendonça Filho, "esse é um trabalho de anos, feito com os colaboradores próximos de sempre e alguns outros novos. Creio que esse filme é o resultado da nossa relação com os filmes e as pessoas que amamos e que nos formaram, com Pernambuco, com o Brasil e com o mundo. E incrível poder voltar a exibir um filme no Palais em Cannes, três anos depois daquele momento sensacional com Aquarius".