Quem é a Chorona? A origem macabra da nova figura aterrorizante dos cinemas
Um choro dolorido é a isca para atrair crianças em "A Maldição da Chorona". Nos cinemas, porém, o alvo da Chorona serão os adolescentes e os adultos. O filme de terror derivado da bem-sucedida franquia de "Invocação do Mal" chega amanhã às salas do Brasil com classificação indicativa de 14 anos. No lugar dos espíritos e da famosa boneca Annabelle, a personagem folclórica e temida em vários países da América Latina - mas pouco conhecida por aqui.
A Chorona do filme é uma adaptação das versões da história que circulam há gerações pelo México. Uma mulher que se casa com um fazendeiro e tem dois filhos com ele. A magia da família perfeita acaba quando a esposa descobre uma traição do marido. Ela então decide tirar o que o homem tem de mais nobre e mata os meninos afogados em um rio. Arrependida, ela tira a sua própria vida. A alma da mulher passa então a vagar em busca de crianças que "substituiriam" seus filhos.
Essa é a deixa para a trama, que se passa nos anos 70 e foca na história de Anna Tate-Garcia (Linda Cardellini), uma assistente social viúva de um policial. Sozinha, ela tem que proteger os filhos da criatura depois de falhar em um misterioso caso que envolve seu trabalho. Desesperada, ela chega a buscar ajuda do Padre Perez (Tony Amendola), que será reconhecido por quem viu o primeiro "Annabelle".
Outras versões
Há versões diferentes para a lenda da Chorona em pelo menos 15 países. Algumas dizem que a Chorona era uma indígena que matou os três filhos que teve com um cavaleiro espanhol depois de ele não reconhecê-la como esposa e se casar com uma dama da alta sociedade.
Outra, mais conhecida no Panamá, diz que a Chorona era uma mulher festeira em vida e que acabou perdendo o filho depois de deixá-lo dormindo em um cesto na beira do rio enquanto dançava em um baile.
A relação de fantasmas com rios é bastante comum na cultura hispânica. Há ainda ligações com outras sociedades, com histórias parecidas na mitologia grega e celta.
A personagem também já apareceu muito antes no cinema. O primeiro registro da assustadora mulher nas telonas é de 1933 em "La Llorona", do cineasta cubano Ramón Peón, que também se baseou na história contada no México.
Em 1963, um filme mexicano homônimo ao que sai agora em 2019 conta a história do ponto de vista de uma mulher que herda uma mansão. Entre outros títulos, há uma animação de 2011 em que o jogo vira e as crianças perseguem a misteriosa mulher.
Fantasma "real"
Voltando ao filme de 2019, as raízes da personagem são bastante valorizadas em "A Maldição da Chorona". A começar pelo título original - "The Curse of La Llorona" -, que manteve o nome dela em espanhol. A personagem também é humanizada na pele da atriz panamenha Marísol Ramirez, e os rituais e crenças que cercam a personagem são bastante explorados na trama, que é bastante didática.
"Isso é algo que as 'abuelas' (avós) contaram para seus netos por centenas de anos. Elas diziam: 'É melhor você ser um bom menino ou a Chorona vai te pegar'. Isso dá um peso diferente para nosso filme, por isso fizemos muita pesquisa e houve muita discussão. Hoje realmente sinto que fizemos o melhor filme da Chorona que poderia ser feito. Além de ser muito assustador", contou o diretor Michael Chaves em entrevista ao site Daily Dead.
Diferentemente de filmes anteriores do mesmo universo, como "A Freira" e "Invocação do Mal", a Chorona é "real" e aparece no filme tanto quanto o elenco principal. A linha narrativa, porém, segue o mesmo padrão que já funcionou nos títulos anteriores, com uma mensagem final de esperança e até mesmo pitadas de humor entre um momento assustador e outro. Não é inovador, mas deve funcionar bem para os fãs da franquia.
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