Topo

Até fãs vão desejar que novo "Hellboy" não tivesse saído do inferno, diz crítica

Sasha Lane com  David Harbour e Daniel Dae Kim em cena de "Hellboy" - Divulgação
Sasha Lane com David Harbour e Daniel Dae Kim em cena de "Hellboy" Imagem: Divulgação

Caio Coletti

Colaboração para o UOL

11/04/2019 09h14

O novo filme do herói "Hellboy" não caiu no gosto da crítica norte-americana. Os reviews foram lançados ontem pelos veículos especializados dos EUA, e por enquanto o agregador Rotten Tomatoes indica uma aprovação de apenas 13% para o longa de Neil Marshall ("Game of Thrones").

"Hellboy", que chega aos cinemas brasileiros em 16 de maio, foi comparado desfavoravelmente à versão anterior do herói dos quadrinhos para o cinema. Em 2004 e 2008, Guillermo Del Toro ("A Forma da Água") dirigiu dois filmes estrelados pelo personagem, com Ron Perlman na pele do protagonista.

Assista ao trailer de "Hellboy"

UOL Entretenimento

Desta vez, quem vive Hellboy é David Harbour ("Stranger Things"), e os críticos detonaram sua versão do personagem. "Por toda a sua atitude durona e pelos mini-apocalipses de CGI no qual ele luta, está faltando algo neste Hellboy. Ele é uma figura banal de filme de ação, sem o carisma de sua iteração anterior", escreveu Peter Bradshaw, do jornal "The Guardian".

Peter Hartlaub, crítico do "San Francisco Chronicle", atacou outro ponto de "Hellboy": a violência gratuita. "É assim que os filmes de Hollywood seriam se o sindicato de diretores calculasse os salários dos seus profissionais pelo número de cabeças decapitadas", escreveu em um ponto da crítica.

Outra reclamação recorrente foi a duração do filme. Com pouco menos de duas horas, os críticos consideraram "Hellboy" arrastado. "Enquanto Del Toro trouxe muito charme [à franquia], Marshall entrega tripas, cartilagens e monstros saídos do inferno do CGI. O filme tem duas horas, mas parece uma eternidade, se arrastando incoerentemente de uma cena de ação barulhenta para outra", disse Phil de Semyen, do Time Out.

A troca de diretores realmente não agradou, como evidencia o texto de Rafer Guzman, da revista "Newsday". "Violência e vulgaridade substituem o humor e a poesia de Guillermo Del Toro. [...] Até os fãs de Hellboy provavelmente desejarão que esta versão do personagem volte para o lugar de onde veio [o inferno]", escreveu.

Por fim, a jornalista Katie Rife, do site AVClub, apontou um conflito entre a direção de Marshall e o roteiro de Andrew Cosby ("Eureka"). "O script é uma aventura mais descontraída do que o filme acabou se tornando. A direção de Marshall, cheia de cortes rápidos e câmera lenta, cria um filme tão excitante quanto uma viagem ao quarto bagunçado e fedorento de um adolescente", escreveu.