Foster the People parou de tocar "Pumped Up Kicks" por ligação incorreta com atentados
"Pumped Up Kicks" é um dos grandes hits da banda Foster the People. Apesar da fama que levou com sua levada contagiante e melodia grudenta, a canção aborda um tema sério: foi criada para ser um hino anti-armas. Mas a recepção foi oposta à intenção de seus autores. A música passou a ser usada por grupos pró-armamento e até citada em casos de tiroteios, como o que aconteceu em Suzano (SP).
O Foster the People chegou inclusive a deixar de tocar a música ao vivo por um tempo e algumas rádios a baniram.
"Pumped Up Kicks" não foi só um grande hit, mas também responsável por lançar o Foster the People à fama. A música composta por Mark Foster e lançada como single em 2010, chegou aos primeiros lugares das paradas antes mesmo que a banda lançasse seu primeiro disco. Foster escreveu a música em 5 horas, enquanto trabalhava compondo jingles em 2009.
As letras foram escritas do ponto de vista de um jovem com pensamentos homicidas, desiludido e problemático. O refrão alerta possíveis vítimas para sua arma e os aconselha: "melhor correr, melhor correr, mais rápido que minha bala".
À CNN, Foster explicou: "Eu escrevi 'Pumped Up Kicks' quando comecei a ler sobre o crescimento de doenças mentais em jovens. Eu queria entender a psicologia disso. É terrível como isso cresceu na última década. Eu queria entrar na cabeça de um jovem psicopata e trazer consciência para o problema da violência com armas, que se tornou epidêmica". O título se refere aos tênis caros do narrador, um símbolo de status social.
Além disso, o baixista Cubbie Fink é primo de uma sobrevivente do massacre de Columbine, em 1999, e encorajou Foster a abordar o tema. O problema é que, retiradas do contexto, as palavras passaram a ser um incentivo para grupos de jovens e homens misóginos.
Os problemas começaram cedo. "Pumped Up Kicks" teve retiradas as palavras "arma" e "bala" para que o clipe pudesse ser veiculado pela MTV. Críticas diversas surgiram pedindo para que a canção fosse banida, por supostamente glorificar os atentados.
"A canção não é sobre perdoar a violência. Pelo contrário. Ela é um meio incrível para se conversar com as crianças sobre algo que não pode ser ignorado, para que seja abordado de uma forma amorosa", disse Foster.
Uma das enxurradas de críticas surgiram depois do ataque à escola Sandy Hook, em 2012. Depois do tiroteio de Las Vegas, em 2017, quando mais de 50 pessoas morreram em um festival de música, o Foster the People se recusou a tocá-la. "Soaria como uma irreverência. Eu pensei nas famílias atingidas para tomar essa decisão", disse o líder do grupo, à CNN.
A cada novo tiroteio, a polêmica vem à tona. Ainda assim, a canção voltou ao setlist do Foster the People.
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