Por que Jim Starlin, criador de Thanos, não gosta da Marvel
Jim Starlin, um dos maiores nomes da história dos quadrinhos, é o pai de Thanos. Mas a relação do quadrinista com a Marvel não é das melhores. Sendo direto: ele não suporta a editora.
A bronca do quadrinista atingiu o seu ápice no final de 2017, quando anunciou no Facebook que não trabalharia mais com a Marvel. O motivo foi uma série paralela do Titã Louco, criada pela editora e que ele não tinha ligação, muito semelhante com um projeto que Jim estava desenvolvendo.
"Agora não tem volta. Houve tempo suficiente para consertar a situação. Eles enrolaram um mês, procrastinando, primeiro negando que [os projetos] eram semelhantes. E [os editores da Marvel] não fizeram nada, nem levantaram um dedo", explicou Jim para o site SyFy.
A saída do roteirista e desenhista de 69 anos aconteceu poucos meses antes do auge do seu trabalho, a adaptação cinematográfica de "Vingadores: Guerra Infinita". No Facebook, ele reiterou que não tem nenhum conflito com os produtores do Universo Cinematográfico da Marvel, mas sim com os editores da Marvel.
Amor conturbado
Jim abandonou a Marvel pelo menos seis vezes, voltando apenas pela sua paixão por Thanos. Jim entrou para a editora após servir na Guerra do Vietnã. Começou como desenhista, fazendo pequenos projetos para a editora. Na primeira oportunidade, conseguiu introduzir um personagem dele. Era Drax, o Destruidor, que fez uma parceria com Tony Stark em "Homem de Ferro #55" (1973).
Quem também deu as caras pela primeira foi o vilão Thanos. "Jim chegou com esses personagens e ele queria desenhá-los para a Marvel. Na sua cabeça, esses eram com certeza personagens da Marvel", lembrou seu parceiro criativo Mike Friedrich. Thanos não caiu nas graças do público de imediato. Foi só no ano seguinte que o vilão ganhou a popularidade merecida em uma minissérie espacial do Capitão Marvel.
Os problemas começaram porque Jim não gostava que havia um revezamento de profissionais no seu trabalho. Foi por isso que deixou a Marvel antes mesmo do arco final da história.
A separação não durou muito tempo e, ao voltar, Jim ainda fez questão de soltar uma indireta na história "1000 Clowns", em que ele fez anagramas com Stan Lee sendo o vilão e um alienígena sendo John Romita, o grande nome da Marvel na época. Essas idas e vindas do quadrinista continuaram por décadas e ele sempre voltava com alguma ideia inédita sobre seus personagens cósmicos, especialmente Thanos.
Guerra Infinita
Se Steve Ditko iniciou os enredos e personagens psicodélicos da Marvel na década de 1960, foi Jim Starlin quem os aprimorou. Seus épicos espaciais podem ser comparados com a magnitude da saga "Star Wars", chegando ao seu auge em "Desafio Infinito" e "Guerra Infinita", lançados em 1991, que serviram de inspiração para o terceiro filme dos Vingadores. Foi Jim o responsável por bolar a trama cruel de Thanos de dizimar metade do universo e ainda a icônica Manopla do Infinito.
Mas, recentemente, imbróglios financeiros surgiram quando a Marvel decidiu colocar nas telonas a trama. Em um post no Facebook de 2017, o quadrinista contou que ele recebeu muito mais pelo personagem Anatoli Knyazev, de "Batman Vs Superman: A Origem da Justiça", do que por Thanos em todos os filmes combinados. Isso levou a um novo acordo com a Disney, que agora ele considera "justo".
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