Vida longa à rainha: Como Olivia Colman chegou ao Oscar com "A Favorita"
Até em torno de 2016, a maioria do público fora do Reino Unido não conhecia o nome de Olivia Colman. Para alguns, ela continuou uma incógnita até esta terça-feira (22), quando conquistou sua primeira indicação ao Oscar, pelo papel da Rainha Anne em "A Favorita", que chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (24).
Colman chega à premiação, que ocorre em 24 de fevereiro, como a terceira via na batalha entre Glenn Close ("A Esposa") e Lady Gaga ("Nasce Uma Estrela"), que tem vencido a maioria dos troféus distribuídos pela crítica e por sindicatos de profissionais de Hollywood.
Sua Rainha Anne é uma mulher de meia-idade enferma, marcada por tragédias no seu passado, flanqueada por interesseiros e interesseiras, mimada em absurdo excesso durante toda a vida. Patética em sua debilitação física, mas temível em sua cólera e poder aristocrático. Equilibrando-se na ponta dos dedos entre humor e tragédia, Colman é o coração do filme e do triângulo amoroso e político que ele cria entre Anne e duas conselheiras, vividas por Rachel Weisz e Emma Stone.
Só na cerimônia do Oscar saberemos se isso será o bastante para render a almejada estatueta dourada para Colman. Vencendo ou não, a britânica é protagonista de uma das histórias de sucesso mais surpreendentes dos últimos anos.
Comédia e suspense
Olivia Colman encontrou sua porta de entrada para o mundo da atuação nas comédias da TV e do rádio britânico. Após anos aparecendo em pequenos papéis em várias produções do gênero (incluindo a versão inglesa de "The Office"), ela se juntou aos colegas de faculdade David Mitchell e Robert Webb na série "Peep Show", que estreou em 2003.
Na pele de Sarah, colega de trabalho e interesse romântico de Mark (Mitchell), Colman conquistou o público. O sucesso de "Peep Show", hoje considerada um clássico cult da comédia, manteve a série no ar até 2015 - mas Colman só apareceu de forma regular até 2009, quando saiu a fim de explorar novas possibilidades.
Foi em 2013 que ela encontrou o papel que permitiria sua transição para o drama. Em "Broadchurch", um dos maiores sucessos da TV britânica naquele ano, ela atuou ao lado de David Tennant na pele da detetive Ellie Miller, que investiga o assassinato de um garoto em uma cidade do interior do Reino Unido.
A notoriedade de "Broadchurch", que até ganhou remake nos EUA, permitiu que a atriz fosse escalada na minissérie "The Night Manager", coprodução britânico-americana estrelada por Tom Hiddleston e Hugh Laurie, lançada em 2016. A adaptação do livro de espionagem de John Le Carré trouxe Colman para este lado do Atlântico, rendendo-lhe um Globo de Ouro e uma indicação ao Emmy.
Em 2017, apareceu ao lado do elenco de astros e estrelas de "O Assassinato no Expresso do Oriente", adaptação de Agatha Christie comandada por Kenneth Branagh. Na pele da criada da aristocrata vivida por Judi Dench, dividiu a cena com Penélope Cruz, Willem Dafoe e Michelle Pfeiffer, entre outros nomes estabelecidos e populares de Hollywood.
A atriz, que completa 45 anos de idade no próximo dia 30 de janeiro, não deve sair dos holofotes tão cedo. Ainda em 2019, a Netflix deve estrear a terceira temporada de "The Crown", com Colman assumindo o papel de outra rainha do Reino Unido, Elizabeth 2ª.
Ela foi chamada para substituir Claire Foy, que encarnou uma versão mais jovem da rainha durante as duas primeiras temporadas. A série de Peter Morgan, que faz crônica da vida da família real britânica, trocou vários outros atores do elenco principal: Matt Smith, por exemplo, deixa o papel do Príncipe Phillip e dá lugar a Tobias Menzies ("Outlander").
"The Crown" fez maravilhas pela carreira de Foy, que venceu um Emmy pela performance e pulou de papéis na TV britânica para filmes de grande orçamento como "O Primeiro Homem" e "Millennium: A Garota na Teia de Aranha". Se o mesmo acontecer com Colman, teremos em nossas mãos uma das mais inusitadas estrelas da história recente de Hollywood.
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