Como Freddie Mercury, Rami Malek prova que é o novo camaleão de Hollywood
Rami Malek tem um irmão gêmeo. O astro da série "Mr. Robot" e do filme "Bohemian Rhapsody", que chega aos cinemas nesta quinta-feira (1º), nasceu apenas quatro minutos antes do irmão Sami, que hoje em dia trabalha como professor.
É curioso pensar que "outro Rami Malek" esteja andando por aí no mundo, porque de certa forma o ator já tem muitos "gêmeos" nas telas. Cada um de seus personagens é tão diferente, e Malek tem uma habilidade tão única de sumir dentro deles, que é impossível afastar essa impressão.
Em "Rhapsody", ele mostra este talento mais uma vez ao encarnar Freddie Mercury, o lendário vocalista do Queen, da formação da banda até o marcante show no Live Aid, em 1985.
O filme conta a história antes de Mercury começar a lidar com as consequências mais graves da Aids, que o matou em 1991, e a crítica se dividiu ao perceber o tom reverente da cinebiografia. Os elogios para Malek e sua transformação em Mercury, no entanto, foram quase unânimes.
Não é surpresa para quem o acompanha em "Mr. Robot", que terá sua quarta e última temporada em 2019. Na pele do hacker Elliot, Malek conquistou fãs por sua intensidade direcionada. Seja nos monólogos e narrações em off ou nas cenas mais ordinárias, a sensação é de que ele exala a jornada do personagem por cada poro da sua pele.
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Emoções contraditórias encontram expressão na voz e no rosto de Malek, que enfatiza o discurso revolucionário conflituoso de Elliot e articula sua imaturidade ideológica com maestria. Ele é sutil e visceral ao mesmo tempo, construindo o personagem com cuidado sem deixar de entreter o espectador.
"Eu acho que existem facetas diferentes em todos nós", diz o astro em entrevista ao site Daily Beast. "Se você investir em uma dessas facetas de verdade, você pode criar todo um outro ser a partir dela".
Começo difícil
Hollywood demorou para abraçar o talento de Malek. O ator, hoje com 37 anos, está na ativa desde 2004, quando apareceu em episódios de "Gilmore Girls" e "A Paranormal".
Nascido em Los Angeles, em uma família humilde de origem egípcia (o pai trabalha como guia turístico; a mãe, como contadora), Malek demonstrou talento para a atuação desde pequeno. Nas aulas de teatro da escola, era colega de Kirsten Dunst, que na pré-adolescência já era famosa por "Entrevista com o Vampiro" e "Jumanji".
Em 2006, Malek conseguiu o primeiro papel de destaque no cinema, como o Faraó Akhmenrah em "Uma Noite no Museu". A este filme (e suas sequências) se acumularam papéis na TV, em "24 Horas" e "The Pacific", e por fim outra aparição em uma franquia de sucesso, como o vampiro Benjamin em "A Saga Crepúsculo: Amanhecer - Parte 2".
No meio dessa jornada tortuosa, Malek se frustrou com a profissão que escolheu, e fugiu de Hollywood quando foi morar por alguns meses na Argentina. "Eu achei que ia ficar lá definitivamente. Eu pensei comigo: 'Chega dessa vida, pelo menos até eu acertar as coisas na minha cabeça'", comenta hoje em dia.
O sucesso em "Mr. Robot" permitiu que ele trabalhasse em projetos nos quais acreditava, como o independente "Buster's Mal Heart". Ainda inédito no Brasil, o elogiado filme de Sarah Adina Smith é sobre um jovem paranoico, cheio de teorias de conspiração, que pode estar mais certo do que todos imaginam.
Ele também estrelou "Papillon", lançado em 4 de outubro por aqui, que reedita a história do famoso presidiário francês já contada no cinema em 1973. Malek interpreta Louis Degas, papel que foi de Dustin Hoffman no filme original. É quase uma passagem de bastão entre camaleões de eras diferentes de Hollywood.
Com um Emmy por "Mr. Robot", vencido em 2015, e o burburinho de Oscar por "Bohemian Rhapsody", Malek se consolida como um dos talentos mais quentes do cenário atual. Quem já viu qualquer dos seus trabalhos pode testemunhar que ele fez por merecer.
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