Roger Waters exibe "Ele Não" em Curitiba 30 segundos antes de proibição
Roger Waters voltou a protestar contra o candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL) durante o show em Curitiba, na noite deste sábado (27), mesmo advertido de que poderia ser preso se ferisse a lei eleitoral que proíbe manifestações político-eleitorais a partir das 22h do dia que antecede as eleições.
O fundador do Pink Floyd usou os últimos 30 segundos de que teria direito para se manifestar contra Bolsonaro. Às 21h58, as luzes do estádio Couto Pereira se apagaram e, no telão, foi exibida uma mensagem contra o fascismo e a frase "Ele Não!", contra o candidato do PSL.
"São 9:58. Nos disseram que não podemos falar sobre a eleição depois das 10 da noite. Temos 30 segundos. Esta é nossa última chance de resistir ao fascismo antes de domingo. Ele Não! São 10:00. Obedeçam a lei", estampava o telão. Às 22h, as luzes se acenderam e Waters prosseguiu o show.
A lista de "neofascistas" exposta no telão também foi alterada. O último nome, que seria de Bolsonaro --como foi mostrado nas apresentações de São Paulo-- ficou totalmente encoberto para não desobedecer a lei eleitoral. Parte do público gritou "Ele Não" e "censura".
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A Justiça Eleitoral do Paraná mandou advertir a produção do show de Roger Waters de que o cantor, que tem usado suas apresentações no Brasil para se manifestar politicamente, só poderia fazê-lo na primeira meia hora do espetáculo.
A decisão, do juiz eleitoral Douglas Marcel Peres, tem como base um pedido do Ministério Público Eleitoral. O magistrado observou que a lei eleitoral brasileira traz restrições para "o livre e ilimitado exercício de manifestação" no dia anterior e na data do pleito.
"(Entre 22h e) meia-noite (de sábado), há uma restrição para manifestação pública em prol ou contra candidatos a cargos eletivos, transgressão essa sujeita a multa", escreve. Ele alerta que, após a meia-noite de domingo, qualquer manifestação política pode configurar boca de urna, sujeita à prisão.
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