Roger Waters: "Temos que enfrentar os porcos, e não uns aos outros"
Depois de uma primeira noite com polêmica e até brigas físicas, o segundo show de Roger Waters no Brasil, no Allianz Parque, em São Paulo, teve mudanças no modo com que o ex-Pink Floyd dá o tom político em sua apresentação. Sem deixar de criticar Bolsonaro, mas também evitando a hashtag #EleNão, o inglês fez um discurso no começo do bis abrindo um caminho de diálogo.
Nesta quinta-feira, Roger Waters postou um vídeo em qualidade profissional de parte do seu discurso antes de tocar “Mother”. Nele, citou os problemas do primeiro show.
“Houve um pouco de discussão na última noite, havia pessoas brigando umas com as outras. Mas o que sugiro é isso: pelo interesse de todos nós, em uma comunidade de seres humanos neste planeta, criando um futuro para nossas crianças, as crianças delas e as sucessivas gerações, nós teremos que achar um jeito de usar nossas habilidades de lutar para enfrentar as porras dos porcos. E não uns aos outros”, afirmou Waters.
O gesto de não inflamar ainda mais o público vai ao encontro do que Waters costuma defender – inclusive quando ele coloca como alvo os “porcos” que comandam governos pelo mundo. Waters tem um discurso duro e de combate quanto a temas como fascismo e totalitarismo, mas pela via democrática e sem excluir quem diverge de suas posições.
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Na segunda noite em São Paulo, ele guardou sua crítica mais ferrenha a colocar o candidato a presidente Jair Bolsonaro na lista de neofascistas que aparece durante o intervalo do show. No entanto, preservou-se quando estava no palco, evitando a hashtag “Ele Não”, que mostrou duas vezes na apresentação anterior e que geraram misto de vaias e aplausos, deixando-o visivelmente constrangido.
Em outra parte do discurso de Waters, não publicada no Instagram do músico, ele falou sobre os gritos de #EleNão que ouviu após o pedido de diálogo.
“Eu não faço ideia do que vocês estão gritando. Eu estou excluído dessa conversa. Mas ouçam: eu sinto o amor neste lugar e queremos que este futuro seja com o reconhecimento de que os direitos individuais são importantes. E todas as etnias, religiões e nacionalidades merecem ter o básico dos direitos humanos.”
O inglês segue a turnê "Us + Them" pelo Brasil com shows em Brasília (13 de outubro), Salvador (17 de outubro), Belo Horizonte (21 de outubro), Rio de Janeiro (24 de outubro), Curitiba (27 de outubro) e Porto Alegre (30 de outubro).
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