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Só tem dinossauro? 15 bandas que poderiam renovar o dia do metal no Rock in Rio

Arte/UOL com Divulgação
Imagem: Arte/UOL com Divulgação

Maurício Dehò

Do UOL, em São Paulo

02/10/2018 04h00

O anúncio das primeiras bandas de rock pesado para o Rock in Rio de 2019 não chegou a surpreender os fãs de hard rock e heavy metal. A organização avisou que Iron Maiden, Scorpions, Megadeth e Sepultura estão elencados para o "dia do metal". Mas, e aí, só há mesmo dinossauros do estilo para fazerem os headbangers baterem cabeça?

As bandas escolhidas inegavelmente têm relevância e um timing aceitável para serem escaladas. O Iron Maiden está em uma turnê grandiosa, com as maiores estruturas de palco que já usou. O Scorpions ensaia uma saída de cena em breve e terá convidados. Já o Megadeth, figura carimbada no Brasil, volta ao festival depois de ter tocado no Rock in Rio 2, e com o guitarrista brasileiro Kiko Loureiro. O Sepultura, por sua vez, é o mesmo de sempre, aparecendo repetitivamente no Rock in Rio.

Há nomes da velha guarda como o Kiss e o AC/DC quem também poderiam dar o ar da graça por aqui ou um repeteco de Mastodo, Gojira e Krisiun também seriam opções viáveis, mas por que não dar novos ares para o Rock in Rio 2019? O UOL fez uma lista pra mostrar que dá pra fugir dos nomes clássicos e fazer um dia mais pesado do festival um pouco mais atualizado.

BABYMETAL

Pode parecer brincadeira a sugestão, mas as garotas - e rapazes, na parte instrumental - do BABYMETAL têm enchido casas no Japão, seu país natal, e em países como a Inglaterra. Misturando metal e j-pop, o grupo pode causar aquela cisão amor/ódio, mas atrairia atenção ao dia do metal e teria muita chance de conquistar um público jovem, que nunca ouvir falar delas. 

GHOST

A banda sueca liderada por Tobias Forge, vestido atualmente como o personagem Cardinal Copia, até já veio ao Rock in Rio, mas não conquistou a galera. À época, com Forge como o Papa Emeritus II, o Ghost entregava um show musicalmente bom, mas um tanto parado. A banda evoluiu musicalmente com os dois últimos discos - o mais recente, "Prequelle", chegou ao sexto lugar na Billboard -, ganhando canções mais grudentas, e seu frontman agora tem liberdade para dançar e ser mais atrativo para o público. A banda vive seu momento de alta, e tem shows em grandes arenas nos Estados Unidos e Europa até o fim do ano e vai excursionar com o Metallica em 2019.

NERVOSA

O Rock in Rio costuma dar espaço a bandas brasileiras que estão despontando - como fez com o Project46 recentemente. Agora, não haveria nada mais justo do que colocar o trio de minas do Nervosa para tocar seu thrash metal. Elas estão no terceiro disco e o reconhecimento vem com as mais de uma centena de shows que tem feito por ano, incluindo turnês na Europa e Estados Unidos. 

NIGHTWISH

A banda finlandesa é uma das maiores do metal melódico, com seu estilo sinfônico e vocais femininos - hoje a cargo de Floor Jansen. Apesar de ter acabado de tocar em São Paulo, no último fim de semana, tem uma legião de fãs e seu som, por vezes pesado e em outras mais tocantes, tem o necessário pra levar muita gente às lágrimas, na pista ou vendo pela TV. O Nightwish tem papel de destaque na Europa, e já foi líder de festivais de renome por lá, e não seria diferente no Brasil.

AMON AMARTH

Que tal um pouco de vibe viking no Rock in Rio? O Amon Amarth, da Suécia, parece ter saído da série "Vikings" e costuma inclusive ter um barco como decoração de seu palco. O death metal melódico da banda mistura o vocal cavernoso de Johan Hegg com linhas de guitarra cativantes.

ARCH ENEMY

Mais um nome da Suécia e do death metal melódico. O Arch Enemy traz o guitarrista Michael Amott liderando riffs e solos, enquanto a vocalista Alissa White-Gluz mostra que guturais também são coisa de mulher. A banda se mantém há anos em alta e lançou em 2017 seu mais recente disco, "Will to Power".

ZEAL & ARDOR

O que começou como um projeto sem grandes pretensões nas mãos de Manuel Gagneux, virou uma banda, de fato, com uma mistura muito atípica. O Zeal & Ardor traz principalmente heranças da música negra, de escravos norte-americanos, mas mistura a isso black metal e música eletrônica de um jeito que ninguém fez até aqui.

DEAFHEAVEN

Black metal não é exatamente um grande atrativo para um festival como Rock in Rio. Mas o Deafheaven, dos EUA, chamou tanta atenção no exterior, que virou atração no Lollapalooza. Do som ao visual dos caras, a banda tem um quê de "black metal hipster", o que, é claro, causa certo desconforto nos fãs mais fervorosos do estilo. O som mistura a agressividade do black metal com linhas melódicas bem bonitas, que é o que os levou à fama.

SKINDRED

Que tal um tempero reggae no meio do metal? É assim o som do Skindred, que foge e muito do lugar-comum com seu som, moderno, por vezes pesado, mas que quase sempre descamba para linhas que fogem do metal em seus versos e refrãos. Músicas como "Kill the Power" são difíceis de tirar da cabeça depois do primeiro "play", e Benji Webbe é um frontman carismático para liderar a galera em um festival.

BEHEMOTH

Um festival sem caras pintadas seria quase uma ofensa, não? O Behemoth é a maior banda de black metal do momento, com seu som que também puxa para o death metal. A banda tem muita história, dos problemas com a justiça por conta de blasfêmias como rasgar uma bíblia no palco, ao câncer do vocalista Nergal, que lidera o grupo e é o foco criativo do Behemoth. A banda investe em superproduções em seus clipes e entrega um show poderoso ao vivo. Dimmu Borgir e Cradle of Filth seriam outras opções tão ousadas (e blasfemadoras) quanto.

TEST

Para aumentar a opção de bandas brasileiras, uma bem curiosa é o Test. Na verdade, eles são um duo que toca grindcore. João Kombi fica na guitarra e canta, enquanto Barata comanda a bateria. A dupla costumava estacionar sua Kombi na vizinhança de outros shows e fazer seu set quando os fãs entravam ou saíam das casas. A estratégia fez o Test ganhar fama, a ponto de virar banda de abertura oficial de muitas bandas gringas e excursionar fora do país. Também no grindcore, Facada seria outra boa opção de banda para uma porrada sonora curta e agressiva. 

FIVE FINGER DEATH PUNCH

Com um som bem característico do cenário mais moderno do metal norte-americano, o Five Finger Death Punch conseguiu despontar como um dos grandes nomes da atualidade, mas com uma fama ainda um pouco restrita. Participar de um festival como o Rock in Rio poderia ajudar a espalhar o nome da banda, que tem como destaque o vocal grave de Ivan L. Moody e vai desde sons mais pesados - a maioria deles -, a faixas mais tocantes, como "Wrong Side Of Heaven":

LUCIFER

Há alguns anos, o stoner rock/metal voltou a figurar com força, com muitas bandas retomando aquele som dos anos 1970, criado por bandas como o Black Sabbath. Uma das mais talentosas é Lucifer, da Suécia, que conta com Johanna Sadonis brilhando nos vocais e ganhou o recente reforço de Nicke Andersson na bateria. Andersson foi líder do The Hellacopters e hoje também toca no Imperial State Electric - outra boa sugestão para o RiR.

KILLSWITCH ENGAGE

Um dos maiores representantes do metalcore, o norte-americano Killswitch Engage tem um dos shows mais energéticos que se pode ter, com o peso de seus versos e a melodia dos refrãos, geralmente cantados palavra por palavra por seu público. A banda fez fama, também, por aparecer com a música "My Curse" na série de games da franquia "Guitar Hero". Ah, e vale um destaque para o guitarrista Adam Dutkiewicz, com uma presença de palco única - e deveras divertida. Outras opções semelhantes seriam o Trivium, mais uma banda que está em grande fase, ou o Machine Head.

GANGRENA GASOSA

Essa banda carioca está entre as mais excêntricas já criadas. Com seu saravá metal - uma mistura de metal extremo com percussão tipicamente brasileira - eles estão na ativa desde o começo dos anos 1990, tocando músicas com títulos curiosos como "Eu Não Entendi Matrix" e "Se você Gosta de Iron Maiden, Também Gosta de KLB" (que seria uma escolha sensacional de se tocar em um dia do metal com o próprio Iron Maiden no cast). Liderada pelo Zé Pelintra Angelo Arede, a Gangrena lançou este ano "Gente Ruim só manda Lembrança pra Quem Não Presta" e inovaria com suas entidades no palco, como Omulu e Pomba Gira, seus despachos e a tradicional farofa jogada na cabeça dos fãs. Imagina só essa cena?