Por que "Buscando..." é o melhor suspense (sem fantasma) de 2018
Se “Um Lugar Silencioso” ganhou da crítica o selo de “suspense do ano”, o novo “Buscando...”, que estreia no Brasil nesta quinta (20), já se apresenta como um forte concorrente do filme de John Krasinski. Estrelado pelo sul-coreano John Cho e com elenco principal de origem asiática, o longa dirigido pelo estreante Aneesh Chaganty é obrigatório para quem ama o gênero mas não necessariamente os temas sobrenaturais.
Instigante, a trama de “Buscando...” acompanha David Kim, um pai viúvo que decide investigar o misterioso desaparecimento da filha de 16 anos. Há poucas pistas e uma enxurrada de reviravoltas no roteiro, que dão a sensação constante de que algo importante e inacreditável está para acontecer —uma das fórmulas mais certeiras do gênero.
Com poucos sustos e muita apreensão, o filme traz diversos outros atrativos, além de ser coestrelado pela atriz Debra Messing (a Grace de “Will & Grace”), que interpreta a investigadora do caso. Veja abaixo por que “Buscando...” merece sua ida ao cinema.
Formato original
John Cho já confessou que por pouco não pulou fora do projeto quando foi convidado. A premissa era ousada demais: um filme 100% do tempo contado por meio das telas de notebooks, celulares e tablets. De detalhes de enquadramento aos diálogos, passando pela construção dos personagens e a busca frenética pela desaparecida, tudo é moldado por sites, programas, webcams e aplicativos. É como se o meio digital fosse os olhos do cineasta, e a estratégia funciona. Nossa dependência tecnológica nunca foi explicitada de forma tão intensa em um filme, com uma proposta e execução originais.
Investigação realista
Muitos têm curiosidade em conhecer detalhadamente como é o trabalho de um detetive particular ou como a polícia fareja e persegue autores de crimes. Quando tudo parece um mistério, o interesse cresce. A dissecação da metodologia investigativa é um dos chamarizes do longa que, em função do próprio formato de “Buscando...”, consegue ir a fundo nesse processo de forma equilibrada. Sem o exagero maçante de certas séries e filmes, a criminalística é tratada com realismo e ferramentas digitais que conhecemos bem.
Pioneirismo de John Cho
Você deve se lembrar dele em “American Pie”, em “Madrugada Muito Louca” ou em filmes da franquia “Star Trek”, mas John Cho é muito mais que isso. Em “Buscando...”, ele exibe dotes dramáticos que já estão lhe rendendo o título de ator asiático número 1 de Hollywood. A evolução dele como ator é notável no longa, em que atua de forma exasperadamente convincente. Outro destaque que vale ser mencionado: é a primeira vez que um asiático-americano protagoniza um filme de suspense nos Estados Unidos.
Roteiro inteligente
Desde os tempos de Sherlock Holmes, temos um prazer quase doentio de tentar desvendar por conta própria a autoria de crimes. A partir do rastro de migalhas, construímos teorias e tentamos montar o quebra-cabeça. Com um roteiro inteligente em que as informações são reveladas aos poucos, “Buscando...” instiga o público a mergulhar na história sem se prender a saídas fáceis. Pistas (e não pistas) são jogadas na nossa cara, e, ainda assim, o desfecho consegue surpreender.
Trilha sonora
Sejamos francos. Ninguém assiste a filme só por causa da trilha sonora, mas é fato que as composições de Torin Borrowdale acertaram na mosca o tom do longa. O suspense ganha ação e esteroides com temas que misturam influências de Vangelis, Mike Oldfield e Philip Glass, entre muitas outras boas referências. A edição de som também é digna de nota. Na dúvida, escute.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.