Mr. Catra é enterrado no Rio de Janeiro ao som de funk
Em uma cerimônia marcada por muita música e emoção, o funkeiro Mr. Catra foi enterrado na manhã desta terça-feira (11) no Rio de Janeiro. O cantor morreu aos 49 anos no último domingo em decorrência de um câncer de estômago.
O corpo do funkeiro foi enterrado no Cemitério Jardim da Saudade-Sulacap, na zona Oeste do Rio, ao som de funk. Os amigos cantaram "Vida Na Cadeia", o primeiro grande sucesso de Catra, "O Simpático", "Adultério" e outras músicas. Entre as três viúvas dele, apenas Silvia Regina estava presente. Ela inclusive aparece em uma foto que o artista postou ao lado dos filhos no Instagram quando estava internado, em agosto.
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A cerimônia foi acompanhada por centenas de pessoas. Além dos familiares estavam presentes amigos como Tati Quebra Barraco, DJ Marlboro e Buchecha. Uma das mais emocionadas era a funkeira Jojo Todynho, que chorou muito durante todo o sepultamento.
"O Catra foi uma referência para mim e muitas outras pessoas. Ele é uma pessoa muito importante na minha vida. Me sinto lisonjeada de ter o carinho, respeito e admiração dele como uma filha. Quando eu não era ninguém, ele gravou uma música comigo, a gente fez o clipe, não deu tempo de lançar. Vou lançar daqui a dois, três meses. Ele para mim foi um glorioso. É uma perda sem explicação", disse Jojo.
"Não consegui dormir, vim de São Paulo para o Rio de ônibus. Ontem estava no velório com toda a família. Ele lutou muito, foi muito guerreiro, não merecia sofrer. É uma perda irreparável. Conheci ele como cantor, amigo, como pai. Guardarei os melhores conselhos, broncas, não vou esquecer. Não só como vou tatuar. Ele vai entrar na minha pele, na alma ele já está. Ele é meu ídolo, estou arrasada", completou Jojo.
"Além do rei do funk, o pai do funk, fica o legado do grande homem que ele era, um ótimo pai para os filhos e um grande amigo também. Ele valorizava as amizades, não era um cara falso, não escondia a opinião dele, falava mesmo abertamente. Fica o legado de um grande artista, uma grande ser humano, fica uma saudade. O funk está de luto e talvez a gente não consiga dimensionar isso agora", lamentou Buchecha.
Tati Quebra Barraco conhecia Catra há mais de 20 anos. Juntos, eles gravaram cinco funks. "O Catra é o ícone do funk, hoje o ritmo está abalado. Quem não passou por ele não é MC. A última música que gravamos foi a "Chama Sem Fim", em 2015. Até o final ele estava sempre forte, achando que tudo ia dar certo, mas Deus sabe de todas as coisas", disse a funkeira.
O empresário de funk Rômulo Costa, dono da Furacão 2000, conhecia o cantor há mais de 30 anos. "Ele foi uma referência no funk. As pessoas que não conheciam o Catra vieram a conhecer agora. As pessoas já conhecem um outro lado do funkeiro Catra, que é poliglota, formado em Direito. Um cara que nunca largou as origens dele. Uniu a música, do pagode ao sertanejo. Ele deu entrada para muita gente no funk, é uma referência para gente. Ele sempre foi o Catra indomável, porque o Catra não tinha empresário, não tinha uma produção por trás dele. Ele mesmo que tratava os shows. Um cara que viveu intensamente, 49 anos, 30 filhos, dois adotados, deixou um legado", disse Rômulo.
Minutos antes do enterro, os amigos e familiares se uniram para prestar a última homenagem e fizeram coro cantando os funks "O Simpático" e "Adultério". Em seguida, um pastor fez uma oração, todos cantaram a música gospel "Faz um Milagre em Mim", de Regis Danese, e deram a última despedida com emoção e aplausos.
"Catra era o empoderamento daquilo que as pessoas querem ser realmente. Ele era responsável por aquilo que ele queria. Acho isso admirável. Era uma pessoa extremamente inteligente, que não seguia padrões e assumia aquilo que ele queria ser. E o Catra tinha uma generosidade inexplicável", disse o DJ Marlboro.
Amigos, entre eles Zeca Pagodinho e Kondzilla, além do famoso prostíbulo "Quatro por Quatro", que inspirou o cantor a escrever a letra de "Adultério", enviaram coroas de flores em homenagem a Mr. Catra.
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