Cacá Diegues é eleito imortal da Academia Brasileira de Letras
Osmar Portilho
Colaboração para o UOL
30/08/2018 17h42
A Academia Brasileira de Letras anunciou nesta quinta-feira (30) que Cacá Diegues, 78 anos, foi eleito novo imortal. O cineasta assumirá a cadeira número 7 no lugar de Nelson Pereira dos Santos, morto em abril, aos 89 anos, após lutar contra um tumor no fígado.
"Crítico refinado, diretor reconhecido além fronteiras. Sua entrada é uma homenagem ao saudoso Nelson Pereira dos Santos, de quem foi amigo, através das novas lentes que ambos construíram para ver mais longe a nossa realidade”, afirmou o Presidente da ABL, escritor Marco Lucchesi.
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Segundo o comunicado, Cacá Diegues recebeu 22 votos dos 24 acadêmicos presentes e mais 11 que votaram por cartas -- três se ausentaram por motivo de saúde. A cadeira 7 teve como ocupantes anteriores Valentim Magalhães (fundador) – que escolheu como patrono Castro Alves –, Euclides da Cunha, Afrânio Peixoto, Afonso Pena Júnior, Hermes Lima, Pontes de Miranda,
Cacá Diegues é um dos grandes nomes do cinema novo e contribuiu para a renovação de sua linguagem e estética desde os anos 1960. Ele já concorreu em três ocasiões à Palma de Ouro, prêmio de Cannes. Sua filmografia tem títulos importantes para o cinema nacional, como "Xica da Silva" (1976), "Bye Bye Brasil" (1979) e "Orfeu" (1999). Recentemente voltou à mostra de Cannes com a exibição de "O Grande Circo Místico" (2018).
A atual eleição contava com onze nomes na disputa, além de Diegues: Pedro Corrêa do Lago, Raul de Taunay, Remilson Soares Candeia, Francisco Regis Frota Araújo, Placidino Guerrieri Brigagão, Raquel Naveira, José Itamar Abreu Costa, Conceição Evaristo, José Carlos Gentili e Evangelina de Oliveira.
Conceição Evaristo
No Twitter, o nome da autora e a Academia Brasileira de Letras ficaram entre as primeiras posições do trending topics, ranking dos assuntos mais comentados na plataforma. Muitos criticaram o fato de Conceição ter recebido apenas um voto.