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Denunciante de James Gunn já foi acusado de estupro e excluiu mensagens na web

James Gunn, diretor de "Guardiões da Galáxia" e "Guardiões da Galáxia Vol. 2" - Christian Petersen/Getty Images
James Gunn, diretor de "Guardiões da Galáxia" e "Guardiões da Galáxia Vol. 2" Imagem: Christian Petersen/Getty Images

Rodolfo Vicentini

Do UOL, em São Paulo

24/07/2018 22h51

Mike Cernovich, que denunciou os tuites polêmicos de James Gunn, tem um histórico de comentários e "piadas" sobre estupro na internet.

O "TheWrap" resgatou vários tuítes excluídos pelo defensor do presidente Donald Trump. "Vocês já tentaram estuprar uma garota sem usar a força? Tentem. É praticamente impossível", escreveu Mike em 2012.

Em outro tuíte antigo, o representante do partido republicano escreveu: "Muitas brancas na África do Sul, que estão sendo estupradas por negros, querem vir para os Estados Unidos. Mesmo com habilidades, elas são negadas".

O site ainda aponta que Mike foi acusado de estupro em 2003 por uma mulher que o conhecia. A "New Yorker" relembrou o caso em 2016: "A acusação foi depois negada, mas um juiz exigiu que ele fizesse serviço comunitário por medida de contravenção".

Mike contou sua versão em entrevista em 2014. "Eu transei com uma mulher, ela disse que a estuprei, isso me custou US$ 50, cinco anos da minha vida, fiquei depressivo e ganhei 80 quilos. E se eu não comesse ela? Talvez eu virasse um cara depressivo com três filhos e uma mulher que me odeie. E agora eu amo minha vida. Então nunca errei".

Em seguida, ele tuitou: "Se você não aceita risco de ter um filho, DST ou um caso falso de estupro, então não entre no jogo".

Mike Cernovich - Reprodução - Reprodução
Mike Cernovich
Imagem: Reprodução

Entenda o caso

A Disney demitiu o diretor na última sexta-feira (20), depois que comentários antigos que ele fez envolvendo temas sobre pedofilia e estupro foram resgatados nas redes sociais. Os comentários voltaram a circular na internet recentemente após serem descobertos em um antigo website, agora desativado. Eles foram divulgados no Twitter por apoiadores do presidente norte-americano Donald Trump em uma tentativa de provar que existe uma "conspiração operando em Hollywood". Gunn é um crítico ferrenho do atual comandante da Casa Branca.

O jornalista Jack Posobiec compartilhou nas redes sociais alguns dos comentários polêmicos do cineasta: "Eu gosto quando meninos tocam nas minhas partes baixas"; "Estou adaptando 'The Giving Tree' com um final feliz, quando árvore cresce de novo e faz sexo oral na criança"; "O chuveiro deste hotel é o mais fraco da história, parece que uma criança de 3 anos está urinando na minha cabeça"; "Mary Matthews me contou uma história em que um macaco masturbou uma criança no filme 'As Aventuras de Max Keeble'".

Gunn era um dos principais nomes do Universo Cinematográfico da Marvel. Ele pegou heróis pouco conhecidos da editora, como Senhor das Estrelas, Gamora e Groot, e os transformou em uma franquia bilionária. "Guardiões da Galáxia" estreou no cinema em 2014 e arrecadou mais de US$ 773 milhões. Gunn voltou para a cadeira de direção na sequência, lançada em 2017, que foi ainda melhor nas bilheterias: US$ 863 milhões.

O diretor já estava trabalhando em "Guardiões da Galáxia Vol. 3", inclusive com rumores de que Mark Hamill, o Luke Skywalker da saga "Star Wars", tivesse uma participação especial no projeto. A dupla chegou a se encontrar na casa do cineasta.

"Guardiões da Galáxia Vol. 3" tem estreia prevista nos cinemas para 2020.