Ativa contra o assédio, Selma Blair defende ex-diretor de "Guardiões da Galáxia"
Voz ativa no movimento #MeToo, que luta contra o assédio em Hollywood, a atriz Selma Blair saiu em defesa de James Gunn, ex-diretor de "Guardiões da Galáxia", demitido pela Disney depois que antigos tuítes envolvendo pedofilia e estupro voltaram à tona nas redes sociais.
"James Gunn, eu agradeço pelo seu talento, sua decência e sua evolução como homem. Você me sustentou quando eu estava em um lugar assustador e me guiou para a coisa decente e certa a se fazer", escreveu a atriz. "Você mostrou força de caráter mais do que a maioria das pessoas que eu conheço. Você sabe", escreveu a atriz nas redes sociais.
A atriz é uma das personalidades a assinar e compartilhar um abaixo-assinado que vem circulando na internet pedindo a recontratação do cineasta. "Se as pessoas são punidas apesar de mudarem, então o que isso ensina às pessoas sobre erros e evoluções? Esse homem é um dos bons."
Entenda o caso
A Disney demitiu o diretor nesta sexta (20), depois que comentários polêmicos voltaram a circular na internet. Eles foram descobertos em site que foi desativado. Eles foram divulgados no Twitter por apoiadores do presidente americano Donald Trump em uma tentativa de provar que existe uma "conspiração operando em Hollywood". Gunn é um crítico ferrenho do republicano.
O jornalista Jack Posobiec compartilhou nas redes sociais alguns dos comentários polêmicos do cineasta: "Eu gosto quando meninos tocam nas minhas partes baixas"; "Estou adaptando 'The Giving Tree' com um final feliz, quando árvore cresce de novo e faz sexo oral na criança"; "O chuveiro deste hotel é o mais fraco da história, parece que uma criança de 3 anos está urinando na minha cabeça"; "Mary Matthews me contou uma história em que um macaco masturbou uma criança no filme 'As Aventuras de Max Keeble'".
"As atitudes ofensivas e comentários descobertos no Twitter de James são indefensáveis e inconsistentes com os valores do nosso estúdio, por isso encerramos nossos negócios com ele", disse Alan Horn, chefão da Disney, em comunicado oficial.
"Meus comentários de quase uma década atrás, na época, falharam na intenção de provocar. Eu me arrependi deles por muitos anos —não apenas por serem estúpidos, sem graça, insensíveis e certamente não tão provocativos quanto imaginei, mas porque não refletem a pessoa que sou hoje e tenho sido por um bom tempo", disse Gunn em comunicado
Gunn era um dos principais nomes do Universo Cinematográfico da Marvel. Ele pegou heróis pouco conhecidos da editora, como Senhor das Estrelas, Gamora e Groot, e os transformou em uma franquia bilionária. "Guardiões da Galáxia" estreou no cinema em 2014 e arrecadou mais de US$ 773 milhões. Gunn voltou para a cadeira de direção na sequência, lançada em 2017, que foi ainda melhor nas bilheterias: US$ 863 milhões.
O diretor já estava trabalhando em "Guardiões da Galáxia Vol. 3", inclusive com rumores de que Mark Hamill, o Luke Skywalker da saga "Star Wars", tivesse uma participação especial no projeto. A dupla chegou a se encontrar na casa do cineasta.
"Guardiões da Galáxia Vol. 3" tem estreia prevista nos cinemas para 2020.
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