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Milhares assinam petição para Disney recontratar diretor de "Guardiões da Galáxia"

O diretor James Gunn - Edson Lopes Jr./UOL
O diretor James Gunn Imagem: Edson Lopes Jr./UOL

Leonardo Rodrigues

Do UOL, em São Paulo

21/07/2018 22h02

Milhares de pessoas estão assinando uma petição on-line pedindo a Disney que recontrate o ex-diretor de "Guardiões da Galáxia", James Gunn, demitido depois que antigos tuítes envolvendo pedofilia e estupro voltaram à tona nas redes sociais.

Entre os assinantes, está o diretor Joe Carnahan ("A Perseguição", "A Última Cartada"), que compartilhou no Twitter o link do site change.org. Até a noite deste sábado (21), mais de 8.000 pessoas usaram a plataforma para protestar contra a demissão.

"Concordo com a maioria, incluindo o próprio Gunn, que as piadas eram ruins e não engraçadas, mas ainda eram piadas, não era uma opinião ou uma declaração, era apenas uma tentativa ruim de ser engraçado", afirma o criador do pedido, lembrando que os posts foram publicados anos antes de Gunn ser contratado pela Disney.

Entre as personalidades que saíram publicamente em defesa do diretor estão os atores Dave Bautista, David Dastmalchian e Sean Gunn, irmão de James Gunn, que ressaltou nas redes sociais a história e a carreira do cineasta, que segundo ele teria se transformou após o mergulho no mundo dos super-heróis.

“Trabalhar nesses filmes [da série] 'Guardiões da Galáxia' fez do meu irmão uma pessoa melhor, e também me fizeram assim. Estou orgulhoso disso", publicou Sean Gunn.

Entenda o caso

A Disney demitiu o diretor nesta sexta (20), depois que comentários polêmicos voltaram a circular na internet. Eles foram descobertos em site que foi desativado. Eles foram divulgados no Twitter por apoiadores do presidente americano Donald Trump em uma tentativa de provar que existe uma "conspiração operando em Hollywood". Gunn é um crítico ferrenho do republicano.

O jornalista Jack Posobiec compartilhou nas redes sociais alguns dos comentários polêmicos do cineasta: "Eu gosto quando meninos tocam nas minhas partes baixas"; "Estou adaptando 'The Giving Tree' com um final feliz, quando árvore cresce de novo e faz sexo oral na criança"; "O chuveiro deste hotel é o mais fraco da história, parece que uma criança de 3 anos está urinando na minha cabeça"; "Mary Matthews me contou uma história em que um macaco masturbou uma criança no filme 'As Aventuras de Max Keeble'".

"As atitudes ofensivas e comentários descobertos no Twitter de James são indefensáveis e inconsistentes com os valores do nosso estúdio, por isso encerramos nossos negócios com ele", disse Alan Horn, chefão da Disney, em comunicado oficial.

"Meus comentários de quase uma década atrás, na época, falharam na intenção de provocar. Eu me arrependi deles por muitos anos não apenas por serem estúpidos, sem graça, insensíveis e certamente não tão provocativos quanto imaginei, mas porque não refletem a pessoa que sou hoje e tenho sido por um bom tempo", disse Gunn em comunicado

Gunn era um dos principais nomes do Universo Cinematográfico da Marvel. Ele pegou heróis pouco conhecidos da editora, como Senhor das Estrelas, Gamora e Groot, e os transformou em uma franquia bilionária. "Guardiões da Galáxia" estreou no cinema em 2014 e arrecadou mais de US$ 773 milhões. Gunn voltou para a cadeira de direção na sequência, lançada em 2017, que foi ainda melhor nas bilheterias: US$ 863 milhões.

O diretor já estava trabalhando em "Guardiões da Galáxia Vol. 3", inclusive com rumores de que Mark Hamill, o Luke Skywalker da saga "Star Wars", tivesse uma participação especial no projeto. A dupla chegou a se encontrar na casa do cineasta.

"Guardiões da Galáxia Vol. 3" tem estreia prevista nos cinemas para 2020.