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Crivella defende proibição de peça com Jesus travesti: "Não ofender religião"

O prefeito Marcelo Crivella se irrita ao ser vaiado no feirão do emprego, organizado pela prefeitura - Gabriel de Paiva/ Agência O Globo
O prefeito Marcelo Crivella se irrita ao ser vaiado no feirão do emprego, organizado pela prefeitura Imagem: Gabriel de Paiva/ Agência O Globo

Do UOL, em São Paulo

07/06/2018 10h13

O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, admitiu que a decisão para a suspensão da peça "O Evangelho segundo Jesus, Rainha do Céu" foi sua iniciativa. Em entrevista ao jornal O Globo, ele disse: "Se você considera censura, eu vou dizer a você que é. É uma censura que garante os direitos de liberdade religiosa e das pessoas não serem ofendidas na sua liberdade religiosa. Não chamo isso de censura".

O prefeito disse ainda que enquanto ele for prefeito, nos espaços públicos administrados pela prefeitura, não será permitido qualquer manifestação que ofenda a religião das pessoas.

O espetáculo teatral "O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu" é protagonizado pela transexual Renata Carvalho e mostra Jesus Cristo como travesti. A peça irritou os movimentos conservadores do Brasil e chegou a ser cancelado pela Justiça em Jundiaí (SP) e Salvador (BA)

A peça seria encenada no Rio de Janeiro neste fim de semana na Arena Fernando Torres, no Parque Madureira. O local abrigaria também a mostra "Corpos Visíveis", com atividades para discutir identidade de gênero, feminismo e diversidade sexual na periferia.

Marcelo Crivella é bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus. No ano passado, ele já havia vetado a exposição "Queermuseu - Cartografias da Diferença na Arte Brasileira", programada para o Museu de Arte do Rio (MAR), após o evento ser atacado em Porto Alegre por, segundo os movimentos, incentivar a zoofilia e pedofilia.