"Disque-denúncia" de Cannes recebe inúmeros relatos de assédio durante festival
A central de Cannes, criada para denunciar casos de assédio sexual durante o festival de cinema, vem recebendo inúmeros chamados por dia, informou o "Deadline".
A iniciativa, em parceria com o governo francês, consiste em três funcionários que comandam o "disque-denúncia". Os operadores falam diversas línguas e também podem dar assistência às vítimas para ajudar na tradução.
Um porta-voz informou ao site que a maioria das chamadas atendidas são casos relacionados ao público em geral, e não a profissionais da indústria.
O Festival de Cannes distribuiu folhetos sobre a ação, apontando que é necessário "um comportamento adequado" e que a condenação por assédio sexual é de 45 mil euros, com três anos de prisão.
O disque-denúncia foi criado após os inúmeros casos de assédio e estupro relatados por atrizes contra o magnata Harvey Weinstein. No sábado (12), a presidente do júri, Cate Blanchett, comandou uma marcha feminina apoiando a igualdade entre homens e mulheres dentro da indústria do cinema.
O repórter da "Deadline", Andreas Wiseman, conversou com uma pessoa que sofreu violência dentro do evento. Segundo ela, o homem tocou sua perna inúmeras vezes enquanto fingia procurar algo na mochila. "Foi estranho e inaceitável", afirmou a vítima.
O Festival de Cannes teve início no dia 8 e segue até 19 de maio.
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