Justiça nega pedido de visita de Martinho da Vila a Lula em Curitiba
A juíza de execução penal que cuida da custódia do ex-presidente Lula em Curitiba descartou o pedido de visita feito por Martinho da Vila. Segundo a magistrada Carolina Moura Lebbos, da 12ª Vara Federal da capital paranaense, a solicitação do cantor nem sequer chegou a ser analisada, já que foi encaminhada por e-mail, e não via petição, conforme exige o protocolo.
Carolina Lebbos determinou ainda que, a partir de agora, todos os pedidos de visita ao petista, que está preso em Curitiba desde o dia 7 de abril, condenado a 12 anos e 1 mês de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, devem ser feitos diretamente à Polícia Federal. Caso sejam negados, podem ser encaminhados à vara.
"Em relação ao relatado na certidão de evento 85 [o pedido de Martinho], consigne-se não ser via adequada o encaminhamento de requerimentos ao Juízo mediante e-mail funcional. Desse modo, solicitações enviadas por tal meio não serão conhecidas", escreveu a juíza em despacho.
Procurado pelo UOL, Martinho da Vila lamentou o entendimento e afirmou que não tentará mais visitar Lula, mediante nova solicitação à Polícia Federal. "Vou deixar de lado agora, já deu essa história", afirmou o sambista, que criticou Carolina Lebbo.
"Ela fez uma coisa muita errada. Poderia ter posto no processo tudo isso, de maneira oficial, através de advogado. Eu queria era só dar um abraço, um apoio, um conforto", completou ele, que preferiu não responder se Lula sofre ou não perseguição política.
A última vez que Martinho falou com Lula foi quando o ex-presidente estava no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo (SP), horas antes de se entregar à Polícia Federal. Eles se falaram por telefone, já que o cantor mora no Rio.
Na última segunda (23), a juíza já havia negado pedidos de visita feitos pela ex-presidente Dilma Rousseff, pelo candidato à presidência Ciro Gomes, pelo vereador Eduardo Suplicy, e outras 20 solicitações.
"Minha visita não tem nenhuma conotação política, não estou com um grupo de pessoas e também não faço parte de nenhuma organização. É uma coisa muito particular", afirmou na última segunda o sambista, que, aos 80 anos, se mostrou disposto a viajar até Curitiba apenas para visitar o amigo.
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