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"Walking Dead" finalmente põe fim à guerra de Rick contra Negan

Michonne (Danai Gurira) e Rick (Andrew Lincoln) lideram grupo na guerra de "Walking Dead" - Divulgação
Michonne (Danai Gurira) e Rick (Andrew Lincoln) lideram grupo na guerra de "Walking Dead"
Imagem: Divulgação

Beatriz Amendola

Do UOL, em São Paulo

16/04/2018 00h59

ATENÇÃO: O texto abaixo contém spoilers. Não leia se não quiser saber o que acontece no fim da oitava temporada de "The Walking Dead".

Por mais de duas temporadas, “The Walking Dead” preparou o público para aquele que seria o embate final entre Rick e Negan. O vilão, responsável pela morte sangrenta do querido Glenn, foi o principal alvo do ex-policial por episódios a fio, em uma trama que, muitas vezes, se arrastou mais do que deveria. Mas a guerra entre os dois finalmente chegou ao fim neste domingo (15) em um embate que, apesar de previsível, vai permitir que a série evolua na já confirmada nona temporada.

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“Wrath”, último episódio da oitava temporada da série, encerrou o arco conhecido nos quadrinhos como Guerra Total. Mas ele o fez com uma forte influência do falecido Carl (que na HQ está vivo), coerente com o tom que “TWD” assumiu nos últimos episódios. E, de quebra, a produção ainda indicou que deve dar um tempo nos conflitos provocados por agentes externos, o que sinaliza uma mudança bem-vinda.

Como foi o final

Foi uma cena de Rick caminhando com um Carl ainda criança que abriu o episódio. Em seguida, no presente, o xerife perguntou a Siddiq como o filho havia sido mordido. Siddiq lembrou que havia contado a Carl que sua mãe acreditava que as almas dos vivos ficavam presas nos zumbis e, por isso, o garoto resolveu se arriscar matando os mortos que eles encontraram no caminho. “Tudo o que resta das pessoas que perdemos são as suas ideias”, disse o rapaz, com uma frase que ecoa em outros momentos do episódio.

Preparando-se para a batalha final contra Negan, Rick ouviu ainda umas verdades de um Morgan transtornado, que havia acabado de atacar o pequeno Henry.  “Nós dois somos piores do que éramos. Nós cruzamos a linha porque perdemos tudo”, afirmou Morgan, citando o fato de Rick ter matado um grupo de Salvadores em um bar mesmo depois de ter prometido que não o faria.

Com essas mensagens no fundo da consciência, Rick finalmente partiu para a batalha final acompanhado de seu grupo. Eles começaram os trabalhos matando um grupo que Negan havia deliberadamente enviado para o sacrifício, mas perceberam que se tratava de uma armadilha e mudaram de estratégia.

Negan se prepara para usar Lucille em cena de The Walking Dead - Divulgação - Divulgação
Reinado de terror de Negan chegou ao fim
Imagem: Divulgação

Sem querer, no entanto, eles caíram em outra emboscada de Negan, que recepcionou os mocinhos com alto-falantes enquanto eles subiam uma colina. Fileiras de Salvadores então surgiram no topo do morro, dando a entender que os outrora residentes de Alexandria iriam levar a pior. O que eles não esperavam era que Eugene, em uma tentativa de redenção após ter virado a casaca, fosse sabotar as armas dos vilões, fazendo seus tiros saírem literalmente pela culatra.

Com os adversários feridos e desarmados, o embate não foi difícil para os mocinhos, o que diminuiu drasticamente a tensão do episódio e acabou prejudicando um momento que poderia ser catártico. O conflito final entre Rick e Negan, por outro lado, manteve-se interessante. Falando demais, como sempre, o vilão fez uma referência às mortes de Abraham e Glenn e disse que o “uni-duni-tê” sinistro da temporada anterior não passou de uma encenação, visto que ele sabia deveria matar Rick, mas não o fez por conta de Carl. “Se eu tivesse te matado, o garoto poderia estar vivo ainda”, completou.

Rick pediu a Negan dez segundos em nome do filho, e falou do desejo dele para quem ambos parassem de lutar e estabelecessem uma convivência pacífica. O vilão parecia estar considerando seriamente a ideia quando acabou surpreendido pelo xerife, que lhe cortou a garganta. Rick, no entanto, logo ordenou que Negan fosse salvo, o que provocou protestos de Maggie. Em busca de vingança pela morte de Glenn, ela gritava que a batalha só acabava quando ele estivesse morto.

Ao fim, Negan seguiu vivo. Mas quando ele acordou, em um quarto com Rick e Michonne, soube que sua situação não será nada fácil: ele irá ser preso para servir de exemplo e mostrar que é possível reconstruir a civilização que havia antes do apocalipse zumbi. O episódio se encerrou com Rick, em paz, recitando o que seria uma carta sua para o filho: “Eu esqueci quem eu era, e você me fez lembrar. Você me mostrou o novo mundo, você o tornou real”.

A decisão dele, porém, não agradou a todos – e a série insinuou uma divisão interna que deve ser o conflito central dos próximos episódios. Em Hilltop, Maggie apareceu dizendo a Jesus que Rick e Michonne estavam errados e que deveriam aguardar para mostrar isso aos dois. Ela foi apoiada por um Daryl recém-saído das sombras, em uma cena que poderia ter acontecido com o núcleo de vilões de uma novela.

Previsível e deixando a desejar na emoção em vários momentos, o episódio conseguiu, apesar disso, dar um fim satisfatório à situação com Negan, que já havia atingido seu limite de saturação e tornado a série repetitiva. E também merece mérito por amarrar pontas soltas que não teriam por que se prolongar por mais uma temporada, como o destino de Dwight.

Se a intenção é colocar Maggie como a principal antagonista de Rick, porém, “The Walking Dead“ tem um grave obstáculo pela frente: a atriz Lauren Cohan está em uma árdua negociação salarial para receber o mesmo que os colegas homens e já assinou contrato para estrelar o piloto de uma nova produção. Resta ver como o impasse será solucionado, já que uma rixa interna seria um tipo de conflito bem-vindo neste momento da série.