"Grudado" em Lula há 7 anos, Fernando Morais prepara dois livros sobre ex-presidente
Cobrado publicamente pelo ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, o escritor e jornalista Fernando Morais confirmou ao UOL que a biografia do ex-presidente que ele prepara há sete anos será lançada ainda em 2018, como também revelou que o projeto será dividido em dois volumes.
A ideia inicial, acertada em parceria com as editoras Companhia das Letras e Penguin, era relatar a trajetória de Lula a partir de sua primeira prisão até o fim de seu segundo mandato. O ex-presidente passou 31 dias na prisão em 1980 por liderar a greve dos trabalhadores no ABC Paulista. Em 2010, ele deixou a Presidência com recorde de aprovação em torno dos 89%.
“Grudei nele a partir de 2011, logo que ele deixou a Presidência, antes de ele ser diagnosticado com câncer, para poder recuperar determinadas passagens, [saber dos] bastidores de governo”, contou Morais. “Era uma oportunidade de ouvi-lo dentro de um avião, por exemplo, longe de telefone, secretária, de audiência, isso e aquilo.”
Durante o processo, com o surgimento da Operação Lava-Jato e o impeachment de Dilma Rousseff, o escritor se deparou com a necessidade de escrever outro livro. “Ao longo desse período eu acabei testemunhando o nascimento do golpe, a serpente gerando o ovo”, explica. “Eu estou testemunhando de um ponto de vista privilegiado um momento dramático da história do Brasil”.
Morais conta que passou os últimos meses adiantando trechos e que a meta agora é entregar o primeiro volume “o mais depressa possível”. O segundo livro deve ser lançado na sequência.
O escritor é amigo pessoal de Lula e virou um dos ícones da esquerda após a publicação de "A Ilha", livro-reportagem sobre Cuba lançado em 1976. Morais também é autor das biografias "Olga", de Olga Benário, "Chatô - O Rei do Brasil", de Assis Chateaubriand, e "O Mago", de Paulo Coelho.
Ele esteve presente na cerimônia em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo, em homenagem à ex-primeira dama Marisa Letícia, no sábado (7), e acompanhou o discurso do ex-presidente de perto, horas antes de ser preso pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Ao avistar o amigo, Lula cobrou em tom de brincadeira: "Eu estou quase para morrer e você não termina minha biografia.”
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