Brasil se destaca no Teddy Award, prêmio gay paralelo ao Festival de Berlim
Bruno Ghetti
Colaboração para o UOL, em Berlim
23/02/2018 19h47
O Brasil pode não ter tido em 2018 filmes na disputa pelo Urso de Ouro, principal prêmio no Festival de Berlim, mas foi o grande destaque na premiação paralela dos Teddy Award. O troféu, o mais prestigiado no mundo entre os destaques do cinema com temática LGBT, contemplou duas produções nacionais em suas principais categorias.
O prêmio de melhor longa de ficção ficou para o filme "Tinta Bruta", dos cineastas gaúchos Filipe Matzembacher e Márcio Reolon. A trama mostra um rapaz que faz performances eróticas pela internet com o corpo coberto de tinta – ao descobrir que outro homem está imitando sua mesma técnica, o jovem decide procurá-lo.
Na categoria melhor documentário, o eleito foi "Bixa Travesty". O filme de Kiko Goifman e Cláudia Priscila mostra shows e a intimidade da cantora trans paulistana Linn da Quebrada, que apresenta no palco um mix de performances provocativas e discursos ressaltando os direitos das travestis e transexuais.
O Brasil ainda apareceu indiretamente em outras duas categorias. O Prêmio do Júri foi entregue a "Obscuro Barroco", documentário da cineasta grega Evangelia Kranioti que propõe uma visão poética sobre transexuais do Rio de Janeiro.
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E um filme com capital brasileiro, co-produzido com Paraguai, Uruguai e outros três países europeus, levou o Teddy Mannschaft Readers’ Award. A láurea, conferida por leitores de um dos sites LGBT mais acessados da Alemanha, foi atribuída ao filme do paraguaio Marcelo Martinessi, que narra a história de uma lésbica depressiva que precisa reinventar sua rotina depois que sua mulher vai parar na cadeia.
Os prêmios foram entregues no início da noite (de Berlim) desta sexta-feira (23). A cerimônia com a entrega do Urso de Ouro e demais prêmios da mostra competitiva oficial do evento será no sábado (24), a partir das 19h na hora local (15h, no horário de Brasília).