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Taxista que processou Kéfera se decepciona com indenização e vai recorrer

Manuela Scarpa e Marcos Ribas/Brazil News
Imagem: Manuela Scarpa e Marcos Ribas/Brazil News

Maurício Dehò

Do UOL, em São Paulo

22/11/2017 14h24

A youtuber e atriz Kéfera foi condenada a pagar R$ 25 mil em um processo de danos morais movido por um taxista com quem discutiu em 2015. Mas, além de ela própria recorrer, o beneficiário da indenização também não ficou satisfeito com a decisão e tentará receber um valor maior da celebridade.

De acordo com o advogado de defesa Marcelo Tetsuya Nakashima, o taxista Wlamir Gonçalves da Silva “ficou um pouco decepcionado com a condenação, pois são mais de 20 anos na profissão de taxista e agora ele não consegue mais exercer a sua profissão”.

Wlamir, de acordo com Nakashima, precisou deixar o trabalho de taxista e hoje atua como vigilante em uma agência bancária, depois de passar por dificuldades financeiras e até ser despejado de onde morava.

O advogado confirmou que o cliente vai recorrer da condenação, em busca de um valor maior de indenização. “Acredito que Kéfera irá recorrer da decisão. Da mesma forma que nós também iremos, pois o Sr. Walmir acredita que o valor é muito baixo em relação aos danos sofridos”, concluiu. A youtuber já havia anunciado que recorreria.

O caso

Em 2015, Kéfera bateu boca com Wlamir  após o motorista reclamar da marmita que a youtuber comia durante uma viagem. Após a discussão, Kéfera foi expulsa do táxi e publicou um vídeo em seu canal pedindo que fãs denunciassem o taxista para que ele deixasse a profissão, divulgando o número do celular dele e a placa do carro. Nervosa, Kéfera descreveu o episódio como humilhação por parte do motorista e comparou a situação a um filme de terror.

"Nunca passei por isso com taxista. Ele foi muito escroto. Estou com a placa do carro e o nome dele. Vou ligar para o DTP e vamos mostrar para ele como se trata um cliente de forma humana, porque o que ele fez comigo não vale", disse ela no vídeo. Depois de publicá-lo em seu canal, a youtuber ainda postou outros vídeos explicando a situação e pedindo para que seus seguidores parassem de ameaçar o motorista, que já havia sido afastado do aplicativo Easy Táxi. A publicação original foi então deletada pela youtuber.

No entendimento do Juiz Jair de Souza, da 1ª Vara Cível de São Paulo, o vídeo foi uma forma de "vingança privada" contra Wlamir, que pedia quase R$ 100 mil. No mesmo processo, o YouTube foi condenado a retirar do ar o vídeo, que foi republicado por outros usuários da plataforma.

Kéfera, que diz que o taxista foi machista ao chamá-la "vagabunda" por estar usando short, vai recorrer da decisão. "Ele foi muito errado, me largou no meio da Marginal [em São Paulo]. Me xingou de vagabunda, me mandou à merda, foi pra cima de mim, tirou o cinto, abriu a porta e me fez sair do carro à força. A decisão [que determinou a indenização] está completamente equivocada", disse ela ao Buzzfeed.