Onde estão os ETs? Seis "mistérios" não resolvidos sobre o "menino do Acre"
O desfecho da saga do “menino do Acre”, que retornou à casa dos pais em Rio Branco, deixou várias lacunas. O estudante de psicologia reapareceu na última sexta-feira (11), após cinco meses de isolamento. Em seu quarto, ele deixou para trás 14 livros escritos via criptografia, além de paredes tomadas por mensagens, inscrições e desenhos misteriosos.
O jovem falou pela primeira vez com a imprensa, em entrevista à edição do último domingo do "Fantástico". Resumindo o que ele tem a dizer: vamos usar nossa passagem na Terra para estimular a produção e, principalmente, a transmissão do conhecimento.
Mas onde ele estava o tempo todo?
Conforme mostram imagens de um sistema de segurança, Bruno Borges chegou descalço na porta de casa, logo no início da manhã. Estaria ele em um templo religioso ou algo do gênero? À Rede Globo ele se negou a revelar o paradeiro, que pode ter sido no Estado do Acre ou fora dele. Disse apenas que permaneceu em meio a natureza e que planejou tudo com antecedência. Antes de sair sem avisar a família, ele teria feito um estudo sobre o local e sobre como se manteria nele. “Isso [o paradeiro] para mim é irrelevante. O que importa é o objetivo”, afirmou.
Por que se isolou?
De acordo com Bruno, seu sumiço aconteceu para que a “coletividade” não o atrapalhasse. Mas para fazer o quê? Ele não diz. Concordamos que as médias e grandes cidades (Rio Branco tem 400 mil habitantes), com seus inevitáveis problemas urbanos, costumam atravancar nossa vida. Obviamente essa versão não convenceu a polícia, que trabalha com a hipótese de jogada de marketing. Antes de sumir, o jovem havia assinado com uma editora para publicar seu "TAC - Teoria da Absorção do Conhecimento”, que entrou em 20º lugar na lista dos 20 livros mais vendidos do país. A volta logo após o lançamento do livro também é (muito) suspeita.
Sobre qual conhecimento ele fala?
Voltemos ao cerne das ideias de Bruno. Ele diz que a “verdade da vida” é fazer as pessoas buscarem conhecimento. Ideia nada condenável, mas mesma premissa do ET/meme Bilú e do próprio conceito de educação. Mas que raios de conhecimento seria esse? Como muitos em sua idade universitária --Bruno tem 24 anos--, ele não é claro. Em seu primeiro livro, ele se manifesta contra o sexo, a gula, a preguiça, a maconha, remédios para déficit de atenção e cirurgias plásticas, sugerindo que precisamos absorver conhecimento a partir de homens (mulheres estão de fora), os “sábios”.
"Manual do Escoteiro Mirim" serviu mesmo de inspiração?
“O Código Secreto Marciano", publicado no clássico "O Manual do Escoteiro Mirim", pode ter servido de inspiração para Bruno criar o código que usou para escrever seus livros. A chave de transcrição deixada por ele mostra claras semelhanças com a brincadeira ensinada pelos sobrinhos do Tio Patinhas. Um dos guias infantojuvenis mais populares do mundo, o livro da Disney também ensina a contar até dez como os egípcios, usar o código Morse, dar banho em cachorro, acender fogueiras, dar vários nós diferentes e a escrever usando tinta invisível.
Onde estão os alienígenas?
Bruno deixou referências à vida alienígena em seu quarto, que é decorado por um quadro em que ele aparece ao lado de uma criatura careca e de grandes olhos verdes esbugalhados. Afinal, ele conhece os aliens? Foi abduzido? Bate papo com eles? Importante: eles já conhecem o “Manual do Escoteiro Mirim"? Talvez o maior mistério da humanidade, os ETs são simplesmente deixados em segundo plano no livro "TAC - Teoria da Absorção do Conhecimento”. Ainda há muitas questões a serem respondidas.
O que o filósofo Giordano Bruno tem a ver com a história?
Outra figura importante no caso e que passou despercebida na entrevista ao “Fantástico” e no próprio livro é a de Giordano Bruno. Seu xará brasileiro simplesmente possui uma estátua em tamanho real do teólogo, filósofo, escritor e frade italiano. Segundo o artista que a esculpiu, um ex-professor de Bruno, ele é a reencarnação do filósofo, que foi queimado durante a inquisição, acusado de heresia ao defender erros teológicos com argumentos científicos. Se o próprio Bruno diz não ter pretensões científicas em seus escritos, como então se dá a relação com Giordano? Em que plano espiritual ela acontece? Ainda não sabemos.
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