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Manifestantes são retirados do prédio do Ministério da Cultura, no Rio

Nielmar de Oliveira

Da Agência Brasil

25/07/2016 09h49

Policiais federais cumpriram nesta segunda-feira (25) mandado de reintegração de posse do Palácio Gustavo Capanema, solicitado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e concedido pela Justiça Federal.

A retirada dos manifestantes (servidores do Ministério da Cultura e artistas), que estavam há mais de dois meses ocupando o edifício, no centro do Rio de Janeiro, começou por volta das 6h.

Segundo os manifestantes, eles ainda estavam dormindo quando os policiais chegaram. Depois da reintegração de posse, cerca de 50 pessoas que ocupavam o prédio se mantiveram - em protesto contra a desocupação - no entorno do edifício, que funciona como sede regional dos ministérios da Educação e da Cultura.

"A desocupação foi ilegal, antidemocrática e fere a Constituição. O pilotis do Gustavo Capanema é um espaço público", disse o advogado Rodrigo Mondego, que representa os manifestantes do chamado Ocupa Minc.

Nenhum representante da Polícia Federal comentou a ação de reintegração de posse.

Prédio ocupado desde maio

O local estava ocupado desde o dia 16 de maio, quando Michel Temer assumiu a presidência interina e anunciou a extinção do Ministério da Cultura. Mesmo após a decisão ser revogada, os manifestantes se mantiveram no Palácio Capanema em um movimento de resistência ao governo interino.

O atual Edifício Gustavo Capanema ou Palácio Capanema é um edifício público localizado na Rua da Imprensa, 16. É considerado um marco no estabelecimento da arquitetura moderna brasileira e foi projetado por uma equipe formada por Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, entre outros, com a consultoria do arquiteto franco-suíço Le Corbusier.

O prédio começou a ser construído em 1936 e foi concluído em 1947, em um momento durante o qual o Estado tentava passar uma sensação de modernidade ao país, o que se refletiu tanto no projeto do edifício quanto no contexto histórico em que se insere.