Topo

Evaldo Cabral de Mello é escolhido como sucessor de João Ubaldo na ABL

O historiador pernambucano Evaldo Cabral de Mello - Divulgação
O historiador pernambucano Evaldo Cabral de Mello Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo

23/10/2014 16h55

A Academia Brasileira de Letras (ABL) elegeu nesta quinta-feira (23) o diplomata, historiador e escritor Evaldo Cabral de Mello, 78, como o novo ocupante da cadeira 34 - vaga aberta após a morte do acadêmico e escritor baiano João Ubaldo Ribeiro em julho, no Rio de Janeiro.

Nascido no Recife em 1936, Cabral de Mello estudou Filosofia da História em Madri e Londres. Nos anos 1960, ingressou na carreira diplomática e serviu nas embaixadas do Brasil em Washington, Madri, Paris, Lima e Barbados, e também nas missões do Brasil em Nova York e Genebra e nos consulados gerais do Brasil em Lisboa e Marselha.

O pernambucano é um dos maiores da historiografia brasileira, especialista em história regional e no período de domínio holandês em Pernambuco no século 17, assunto que rendeu diversos livros, como "Olinda Restaurada" (1975), sua primeira obra, "Rubro Veio" (1986), sobre a guerra entre Portugal e Holanda, e "O Negócio do Brasil" (1998), sobre os aspectos econômicos e diplomáticos do conflito entre portugueses e holandeses.

Cabral de Mello era o único candidato que concorria à vaga. Ele foi eleito por maioria absoluta, com 36 votos dos 37 possíveis.

Os ocupantes anteriores da cadeira foram: João Manuel Pereira da Silva, fundador – que escolheu como patrono o sacerdote, poeta e autor de diversas obras líricas de caráter filosófico Sousa Caldas –, Barão do Rio Branco (José Maria da Silva Paranhos Júnior), Lauro Severiano Müller, Dom Aquino Correia, R. Magalhães Jr. e Carlos Castelo Branco.

Ferreira Gullar

No dia 9, outro escritor também passou à posição de imortal: o poeta Ferreira Gullar, que também foi eleito por unanimidade para a cadeira que pertenceu a Ivan Junqueira.

Ao UOL, ele comentou a demora a se candidatar a uma vaga na Academia. "Eu não sou uma pessoa com cabeça institucional, sempre crio confusão nas instituições das quais eu me aproximo. Estava sendo arrogante de tanto dizer 'não'",  disse, rindo.