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Brinquedos exclusivos de heróis se tornam negócio lucrativo entre adultos

James Cimino

Do UOL, em San Diego (EUA)

03/08/2014 10h39

Negócio cada vez mais lucrativo atualmente, o comércio de brinquedos colecionáveis tem movimentado milhões de dólares em eventos de cultura pop como a Comic-Con, que aconteceu na última semana em San Diego, na Califórnia.

Peças com tiragens limitadas, produzidas por fabricantes como Lego, Hasbro e Mattel para serem vendidas apenas durante os eventos, atraem a atenção de colecionadores e de comerciantes, que chegam a comprar os itens para revender ainda mais caro.

Uma miniatura feita pela Lego de um modelo do Batmóvel da série televisiva de 1966, estrelada por Adam West e Burt Ward, estava à venda na Comic-Con por US$ 50. Já o carrinho do personagem Darth Vader, da série Hot Wheels da Mattel, embalada por um estojo que imita os sabres de luz da franquia "Star Wars", era encontrada a US$ 40. A tiragem de cada item era de apenas 500 peças.

O gerente de operações José Guzman, 36, já havia desembolsado US$ 400 em brinquedos para aumentar a coleção do filho que, segundo ele, conta com 500 peças. A estudante Ella Fornof, de 11 anos, comprou por US$ 40 um exclusivo kit com duas bonecas da série Monster High --a "vantagem" da adolescente é que seu pai conseguiu atendimento prioritário por ser portador de deficiência visual.

Mas nem sempre esses brinquedos são destinados a crianças: adulto fãs de franquias como "Transformers", "Star Wars", "O Senhor dos Anéis" ou "Homem de Ferro" gastam pequenas fortunas em coleções. O contador Peter Do, 23, deixou mais de US$ 4.000 em miniaturas do personagem Jabba, também da "Star Wars", entre outros brinquedos.

Já os micro-empresários mexicanos Hugo Andrade e Oswaldo Medel Diaz, que estavam com quatro sacolas cheias de brinquedos da Mattel e da Hasbro (fabricante dos robôs Transformers), alternam paixão com lucro. "Sempre compro dois: um para mim e outro para vender pelo dobro do preço", conta Andrade, que faz o comércio nos Estados Unidos.

O publicitário Alexander Suarez gastou, em quatro dias, US$ 1.500 em itens como uma estátua da Mulher Maravilha com tiragem de apenas cem peças. Ele esperava lucrar, na volta para casa, pelo menos o triplo.

Obra de arte

Na maioria das vezes, os únicos estandes onde não costumam haver filas por colecionáveis são os de empresas que produzem peças exclusivas como verdadeiras obras de arte, que só podem ser encomendadas pela internet e que prezam pelo nível de detalhamento na reprodução.

A Side Show Collectibles, por exemplo, expôs durante a Comic-Con estátuas em tamanho natural do vilão Darth Vader ao preço de US$ 7.999, reproduções menores do Superman de Christopher Reeve por US$ 425 e o robô Optimus Prime por US$ 2.299.

Muitos itens expostos também não têm preço, seja porque não estão à venda mesmo, seja porque estão ainda esperando licenciamento dos estúdios que produzem, como era o caso de algumas estátuas dos personagens da série "The Walking Dead".