Obras de João Ubaldo também fizeram sucesso no cinema, na TV e no teatro
Escritor prolífico, com mais de 20 livros publicados --entre romances, contos, crônicas, ensaios e literatura infanto-juvenil--, o escritor baiano João Ubaldo Ribeiro, que morreu nesta sexta (18) aos 73 anos, também fez sucesso no cinema, na TV, e no teatro, com adaptações que agradaram à crítica, como o filme "Sargento Getúlio", ou conquistaram o grande público, como o monólogo "A Casa dos Budas Ditosos". Na TV, seus romances e contos ainda viraram a novela "O Sorriso do Lagarto" e inúmeros programas especiais na Globo.
Cinema
Um dos livros que consagrou o nome de João Ubaldo entre os grandes da literatura brasileira, "Sargento Getúlio" virou filme em 1982 pelas mãos do cineasta Hermanno Penna, que escalou Lima Duarte para interpretar o protagonista. O longa gira em torno da jornada do rude sargento, que está escoltando um prisioneiro quando, em virtude de mudanças no panorama político, recebe ordens para libertar o preso. "Sargento Getúlio" foi o grande vencedor do Festival de Gramado em 1983, quando levou os prêmios de melhor ator (Lima Duarte), melhor ator coadjuvante (Orlando Vieira), melhor som direto, melhor filme, prêmio da crítica, prêmio da imprensa e prêmio do júri.
Além de ver sua própria obra nas telas, o escritor colaborou no roteiro da adaptação para o cinema de "Tieta do Agreste", de Jorge Amado, com direção de Cacá Diegues. O filme foi lançado em 1996, com Sônia Braga como protagonista.
João Ubaldo também trabalhou com Cacá Diegues para transformar seu conto "O Santo que Não Acreditava em Deus" no roteiro do filme "Deus é Brasileiro", lançado em 2003. Um dos primeiros sucessos do ator Wagner Moura, que atuou ao lado de Antônio Fagundes como o guia de Deus na busca de um substituto, o longa foi visto por cerca de 1,6 milhões de pessoas.
TV
Na televisão, inúmeras obras de João Ubaldo ganharam vida em forma de novela e especiais.
Um dos casos mais notórios é o de "O Sorriso do Lagarto", novela exibida entre junho e agosto de 1991, na Globo. A adaptação foi escrita por Walter Negrão e protagonizada por Tony Ramos e Maitê Proença, que viveram o par romântico --um biológo que abandona a profissão para viver da pesca e a infeliz mulher do secretário de saúde da Ilha de Santa Cruz, que vivem seu romance em meio a investigações de um crime.
Assim como no cinema, na TV João Ubaldo também ajudou a adaptar outra obra de Jorge Amado, "Os Pastores da Noite", para o especial "O Compadre de Ogum", exibido na programação de fim de ano da Globo em 1994.
Outras obras do escritor foram transformadas em programas especiais , como "O Santo que Não Acreditava em Deus" (1994), "A Maldita" (1995), e "O Poder da Arte e da Palavra" (1994), todos exibidos na Globo.
Teatro
João Ubaldo não chegou a escrever peças de teatro, mas um de seus livros mais "escandalosos", "A Casa dos Budas Ditosos" (1999), foi para os palcos em um monólogo dirigido por Domingos de Oliveira, com Fernanda Torres no papel da libertina senhora de 68 anos que conta suas experiências sexuais. A peça ficou em cartaz em diferentes temporadas de 2003 a 2010 e reestreou em 2013.
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