Escritora Rose Marie Muraro morre aos 83 anos no Rio de Janeiro
A escritora feminista Rose Marie Muraro morreu neste sábado (21) aos 83 anos no Rio de Janeiro. De acordo com o cemitério Memorial do Carmo, no Caju, o corpo da parceira profissional do teólogo Leonardo Boff está sendo velado no local desde o final desta tarde.
Em tratamento de um câncer na medula óssea, ela estava internada no Hospital São Lucas, em Copacabana. Ainda segundo o cemitério, o corpo de Rose será cremado às 16h em uma cerimônia para a família.
A escritora nasceu em 11 de novembro de 1930, com uma deficiência visual que a tornou praticamente cega. Só aos 66 anos, ela se submeteu a uma cirurgia e recuperou a visão. Pioneira no movimento feminista no Brasil, Rose Marie Muraro lutou por mais de 60 anos pelo direito das mulheres e escreveu mais de 40 livros entre eles: "Sexualidade da Mulher Brasileira" (1996), "Seis Meses Em Que Fui Homem" (1993), "A Mulher No Terceiro Milênio" (1993). Ela também chegou a ser diretora da Editora Vozes, fazendo a edição de mais de 1600 títulos.
Amiga e companheira de trabalho de Leonardo Boff, Rose lutou ao lado do teólogo pela teologia da libertação. A escritora também foi formada em física e economia. Já em 2009, inaugurou o Instituto Cultural Rose Marie Muraro - local onde trabalhava até a piora do estado de saúde.
Repercussão
No Twitter, a presidente Dilma Rousseff lamentou a morte e enalteceu a sua luta pelos direitos das mulheres. "Foi com tristeza que soube da morte de Rose Marie Muraro, ícone da luta pelos direitos das mulheres. Intelectual notável, Rose Mariue foi uma mulher determinada em tudo, na luta contra a barreira da cegueira, na luta pelas suas ideias. Somos todas gratas à dedicação incansável de Rose Marie", escreveu.
Também via rede social, o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, e o senador Eduardo Suplicy falaram com tristeza sobre a morte da escritora. "Com tristeza transmito que a grande mulher brasileira, Rose Marie Muraro, que tanto batalhou pela emancipação feminina, faleceu essa manhã. Viva Rose Muraro!", declarou Suplicy.
Neste domingo, Leonardo Boff publicou um texto em seu blog em homenagem à colega. "Rose Marie Muraro mostrou em sua saga pessoal que o impossível não é um limite mas um desafio. Ela se inscreve na linhagem das grandes mulheres arquetípicas que ajudam a humanidade a preservar viva a lamparina sagrada do cuidado por tudo o que existe e vive. Nesse afã ela se tornou imorredoura".
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