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Intervenção em São Paulo celebra 50 anos de Mônica a partir desta sexta (8)

Patrícia Colombo

Do UOL, em São Paulo

07/11/2013 14h37

Quem andar por São Paulo a partir desta sexta-feira (8) poderá ter seu caminho cruzado pela célebre dentucinha Mônica, criada pelo cartunista Maurício de Sousa, sem correr riscos de levar uma “coelhada” na cabeça.

É que, em comemoração aos 50 anos de existência da personagem, São Paulo hospedará o “Mônica Parade”, uma intervenção urbana que conta com 50 esculturas de 1,60 m de altura customizadas por diversos artistas. As peças produzidas em fibras de vidro estarão espalhadas em 35 bairros das regiões norte, sul, leste, oeste e central – próximas a pontos turísticos, bancas de jornal, em parques e CEU’s (Centros Educacionais Unificados). Entre os parques que receberão as obras, estão o Parque do Ibirapuera, Parque Alfredo Volpi, Parque Trianon, Parque do Povo, Parque da Independência e Parque Buenos Aires.

O time de 49 artistas convocados para o projeto conta com Ale Magrini, Alex Hornest, Alex Senna, Alexander Borba, Ana Lage, Andrea Brazil, Angélica Pedroso, Anita Kaufmann, Binho Ribeiro, Bira Dantas, Bruno Honda Leite, Cako Martin, Cartoon Network, Chivitz, Claudia Furlani, Crânio, Cris Campana, Danilo Beyruth, Erica Mizutani,  Fernanda Guedes, Fido Nesti, Giba Valadares, Hiro Kawahara, Isabelle Tuchband, Jefferson  Costa, Junior Lopes, Kako, Kleverson Mariano, Lobo, Luciana Assumpção, Maramgoní, Mauro Souza, Michel Costa, Minhau “Fabrica de Gatos” (da artista Camila Pavanelli), Miriam Nigri, Monica Nudelman, Mulheres Barbadas, Paulo O’Meira, Paulo Sayeg, Renato Guedes, Reynaldo Berto, Ronaldo Barata, Rui Amaral, Tikka, Titi Freak, Titina Corso, Verena Matzen, Wagner Loud e Zé Márcio.

Lobo prepara uma das Mônicas que serão expostas


A personagem independente, decidida e dura na queda aparecerá por aí em várias versões: Mônica na Pop Art, Mônica negra, Mônica mexicana como Frida Kahlo, Mônica preenchida em quadrinhos com referência a outros artistas como Laerte, Mônica cheia de flores, Mônica influenciada pela Belle Époque, Mônica como esqueleto, Mônica roqueira descolada, “Mônica-Bumbá” com um pé no folclore do norte e nordeste do país, entre outras facetas.

O próprio Maurício de Sousa pintou sua Mônica, em arte que faz referência à UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância), órgão que receberá a renda obtida a partir do leilão de algumas das esculturas com o fim da exposição de um mês de duração. “A criança não se conforma com as situações ou circunstâncias ruins, ela age, propõe soluções, e é o que sempre quis transmitir com a minha obra. Acho que a Mônica inserida nesse contexto de São Paulo passa essa mensagem da necessidade do colorido e da leveza desse universo”, contou o cartunista em entrevista ao UOL, durante o evento de lançamento do “Mônica Parade” nesta quinta-feira (7), realizado na sede da Maurício de Sousa Produções.

Binho Ribeiro, um dos artistas mais renomados no universo do graffiti, conta que recebeu sua escultura quando estava na Alemanha a trabalho e que teve apenas dois dias para “vestir” a personagem. Criou, então, uma versão colorida de Mônica, com o famoso vestido vermelho contendo uma lata de spray como estampa. “É como uma declaração de amor dela à arte de rua”, comentou o artista, que viu a personagem como um dos muros que está acostumado a colorir. “A Turma da Mônica foi muito forte, em especial nos anos 80, porque não tínhamos esse volume de informações que vemos hoje. A obra de Maurício de Sousa era muito importante para nós.” Binho chegou a estudar quadrinhos quando tinha 12 anos de idade e contou que Mônica e sua turma eram referência de linguagem no que se refere ao universo infantil.

Mônica Sousa, a filha de Maurício que inspirou a criação da personagem, também esteve presente no evento e brincou que queria levar todas as 50 esculturas de sua versão em quadrinhos para casa. “Estou trabalhando o meu desapego, o que está sendo a parte mais difícil para mim porque sou um pouco egoísta [risos]”, disse. “Pensamos nesta ação desde o ano passado, mas levou um pouco mais de tempo para finalizá-la em função da parte burocrática relacionada a esse tipo de intervenção. Há dois meses fechamos o projeto com a prefeitura e nesta sexta-feira (8) todo mundo poderá ver as Mônicas por São Paulo!”