Futebol e seus dramas rendem pano para manga na literatura, diz de La Peña
O futebol e seus “fatos dramáticos dão muito pano para manga” para a literatura, disse o humorista Hélio de La Peña que já contabiliza seu segundo livro, “Meu Pequeno Botafoguense”.
“O drama do goleiro, o menino que quer ser jogador de futebol, o campeonato, tudo se torna um mote para uma grande obra literária”, disse o humorista e também escritor que esteve, na noite deste sábado (31), na Bienal do Livro no Rio de Janeiro.
De La Peña foi convidado para participar do Placar Literário “Gols de letra: dois romances”, com o jornalista Sérgio Rodrigues. No bate-papo, o humorista saiu em defesa de seu time, o Botafogo, mas reconheceu que existe um “drama pessoal” do torcedor. “O botafoguense gosta de sofrer, é um drama que leva a pessoa a reflexão e, muitas vezes, esse desconforto passa para o papel”, descontraiu.
Numa conversa animada sobre futebol e literatura, ele defendeu que o livro não deve ser visto em contraposição à bola de futebol. “A bola acaba sendo vista como um lazer e o livro como um castigo, não deve ser assim”.
Em “Meu Pequeno Botafoguense”, De La Peña se aventurou a contar a história do Botafogo para crianças. O fato curioso é que a sua história começou com um time de crianças que estudava num colégio no bairro.
“É difícil catequizar um filho, convencê-lo a torcer por um time quando o clube está num período de carência de títulos. O Botafogo ficou muito tempo sem ganhar campeonatos”.
No livro, a criança percorre a história do clube, vê os momentos de alegria na vitória de 6 a zero contra o Flamengo, conhece ídolos como o Garrincha e até os períodos difíceis do clube na segunda divisão.
“Futebol dá muita literatura, é um assunto popular, está na boca do povo, na cabeça das pessoas. É um tema bom de se explorar na literatura”, disse ao UOL.
O humorista comentou que as partidas do time, os fatos esportivos, os grandes cronistas de futebol e até conversas na rua são grandes fontes de inspiração para escrever.
De La Peña lembra que mergulhou no mundo na literatura ainda adolescente. “Eu era tímido, desenturmado, passava as férias de bobeira. Comecei a ler muito e a escrever alguma coisa. Escrevia um diário que não mostrava para ninguém, histórias, copiava o estilo das crônicas de gente que eu gostava e achava engraçado”, disse.
A sua carreira de humorista começou como redator na TV Pirata. O seu primeiro livro, “Vai na Bola, Glanderson“ deve virar filme, adiantou. Depois de muitos anos na tela como parte da trupe do Casseta & Planeta, Hélio de La Peña decidiu voltar ao seu papel de criador e pretende desenvolver seu próximo projeto para a TV Globo. Sem nome ainda, o programa deverá ser de humor, mas ainda está em fase embrionária.
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