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Paixão por Andy Warhol segue viva no 85° aniversário de seu nascimento

Autorretrato em polaroide do artista Andy Warhol - Divulgação
Autorretrato em polaroide do artista Andy Warhol Imagem: Divulgação

Em Madri (Espanha)

06/08/2013 11h02

Nascido em Pittsburg em 6 de agosto de 1928, Andy Warhol continua sendo um dos criadores mais presentes na cena artística internacional 85 anos depois desta data e 26 anos depois de sua morte em Nova York.

Os altos números pelos quais suas obras são vendidas em leilões são prova da popularidade e do interesse pelo artista que foi aumentando com o tempo.

Durante o ano passado, e pelo terceiro ano consecutivo, as obras de Warhol arrasaram nos leilões, com números de venda que chegaram a US$ 329 milhões.

Em maio, uma tela pintanda com a urina do artista foi vendida por mais de US$ 93 mil em um leilão online, no qual era oferecidas fotografias que o pai da Pop Art realizou dos famosos clientes do mítico clube nova-iorquino Studio 54.

Além disso, as exposições sobre diferentes aspectos da obra de Warhol, que desempenhou um papel crucial no nascimento e desenvolvimento da pop art, que foi seu maior expoente, ocorreram em países de todo o mundo onde o interesse por suas criações continua em evidência. Uma delas aconteceu durante neste ano em diferentes cidades asiáticas.

Por causa do aniversário de seu nascimento, o Museu Andy Warhol de Pittsburgh lançou um projeto no qual transmite ao vivo, durante 24 horas por dia, sete dias por semana, o túmulo do artista que se encontra no Cemitério Católico de São João Batista.

Através do site do museu, seus seguidores podem contemplar, graças a uma transmissão por "streaming" o túmulo que é visitado por centenas de admiradores, alguns dos quais deixam lembranças relacionadas com elementos da cultura pop.

No livro "Andy Warhol 'Giant' size", uma biografia visual do artista publicada recentemente por Phaidon, o galerista e crítico americano Dave Hickey, na introdução do livro, define Warhol como "uma criança americana dura, com uma vontade e uma astúcia surpreendentes para desviar todos os ventos a seu favor".

Revolucionário passivo

Warhol, segundo Hickey, "foi o mais passivo dos revolucionários modernos. Nunca enfrentou ninguém e nem levantou a voz. Nunca desafiou nada de maneira direta e nem criticou abertamente o status quo. Sempre pareceu fazer o correto na medida do possível, por sua vez, sem se dar conta, colocava tudo em cima e provocava uma revolução".

Pintor, ilustrador, cineasta, escritor, trabalhador incansável, Warhol é um dos artistas norte-americanos mais conhecidos em nível mundial que continua fascinando além das fronteiras da arte.

Warhol fez com que os objetos cotidianos se transformassem em obras de modo que conquistaram lugares nos museus.

Obsessivo pelas séries, foi eliminando de seus trabalhos os rasgos expressionistas até reduzir sua obra a uma repetição de um elemento popular procedente da cultura de massas, o mundo do consumo e os meios de comunicação.

Com um método de trabalho baseado em processo mecânico de serigrafia com a qual reproduzia suas obras, os rotos de mitos contemporâneos como Marilyn Monroe, Elvis Presley, Elizabeth Taylor e Mao Tse-tung começaram a ser contempladas no mundo todo, da mesma forma que as latas de sopa Campbell e as garrafas de Coca-Cola transformadas em obras de arte.

Em 1963, Warhol fundou o The Factory, um estúdio de arte situado no número 231 da rua 47 Este em Midtown, Manhattan, Nova York. O estúdio funcionou entre 1963 e 1968, data na qual Andy transferiu o The Factory ao número 33 de Union Square Oeste, próximo do famoso clube e restaurante Max's Kansas City.

"Todo mundo deveria ter direito a 15 minutos de glória". Esta é uma das frases famosas de Warhol, artista que reuniu a seu redor a diversas estrelas pornô, drogados, drag-queens, músicos e pensadores que ajudaram a elaborar seus quadros, atuaram em seus filmes e criaram o ambiente que transformou o The Factory em uma lenda.