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Andrea Bocelli canta sozinho na Catedral de Milão

Andrea Bocelli se prepara para o evento ""Music for hope "", uma performance transmitida ao vivo com o objetivo de simbolizar amor, esperança e cura em meio ao surto de doença por coronavírus  - LUCA ROSSETTI/COURTESY SUCAR SRL/Via REUTERS
Andrea Bocelli se prepara para o evento ''Music for hope '', uma performance transmitida ao vivo com o objetivo de simbolizar amor, esperança e cura em meio ao surto de doença por coronavírus Imagem: LUCA ROSSETTI/COURTESY SUCAR SRL/Via REUTERS

12/04/2020 15h48

Com os italianos isolados em casa por causa da mais grave pandemia em um século, o tenor Andrea Bocelli fez neste domingo (12) uma histórica apresentação na Catedral de Milão e levou um pouco de arte para uma Páscoa marcada pela tristeza do distanciamento.

O astro italiano foi convidado pela administração do Duomo e pela Prefeitura de Milão, com o objetivo de passar uma mensagem de amor e esperança para seu país e para o restante do mundo.

O repertório sacro escolhido por Bocelli incluiu os hinos "Panis Angelicus", "Ave Maria", "Sancta Maria" e "Domine Deus" e encheu de emoção os ambientes vazios da monumental catedral gótica da capital da Lombardia, a região mais atingida pela pandemia na Itália.

O tenor ainda encerrou a apresentação com uma versão de "Amazing Grace", de John Newton, em uma Piazza del Duomo completamente vazia, enquanto a transmissão mostrava outras cidades do mundo sem pessoas nas ruas por causa do coronavírus.

Ainda antes do espetáculo, Bocelli, que é católico, disse à ANSA que o evento não seria um concerto, mas sim uma "ocasião para rezar juntos por meio da música". "Aceitei sem um instante de hesitação. Aliás, agradeço a Milão e ao Duomo pelo convite para essa extraordinária ocasião. O canto pode ser uma forma de oração, e esse é meu objetivo", afirmou.

Segundo o tenor, os artistas carregam a "honra de uma grande responsabilidade", principalmente "nos momentos mais delicados e de maior incerteza". "A música continua sendo um instrumento privilegiado, é uma linguagem universal", declarou.

Acostumado a públicos multitudinários, Bocelli foi acompanhado apenas pelo organista da Catedral de Milão, Emanuele Vianelli.

Agora, em meio ao distanciamento social, o tenor continua estudando e treinando a voz para estar pronto para o retorno.

"Assim que for possível".