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Presidente sul-coreano e Sandra Oh parabenizam Oscar de Parasita

Woo-sik Choi e So-dam Park em cena de Parasita - Divulgação
Woo-sik Choi e So-dam Park em cena de Parasita Imagem: Divulgação

Em Seul

10/02/2020 08h00

Os sul-coreanos reagiram hoje com surpresa e alegria à vitória de Parasita no Oscar, o filme de Bong Joon-ho que se tornou o primeiro de língua não inglesa a levar a estatueta máxima de Hollywood.

O presidente sul-coreano, Moon Jae-in, disse estar muito feliz pelo reconhecimento internacional ao cinema de seu país.

"Estendo meu agradecimento especialmente por dar sentido à coragem e ao orgulho do povo sul-coreano", disse Moon, acrescentando que "estou muito orgulhoso do diretor Bong Joon-ho e de coadjuvante".

Parasita ganhou quatro prêmios: melhor filme, melhor diretor, melhor filme internacional e melhor roteiro original.

"Me caem as lágrimas", escreveu um sul-coreano no Twitter. "Estou orgulhoso de Bong Joon-ho. É incrível ouvir discursos de aceitação em coreano", completou.

Outro internauta se perguntava se não seria possível estabelecer feriado nacional para celebrar a vitória.

O embaixador dos Estados Unidos na Coreia do Sul, Harry Harris, publicou um tuíte de felicitações com uma foto do que parece ser um "ram-don", um prato de ramen que aparece no filme.

"Uau! Felicitações ao diretor Bong, à equipe de #Parasita e ao cinema de ROK", ou República da Coreia, escreveu Harris.

O sucesso de Parasita rompeu, assim, o domínio dos filmes em inglês nos 92 anos de história da Academia de Hollywood.

A atriz canadense Sandra Oh, filha de imigrantes sul-coreanos que foi uma das apresentadoras da cerimônia, disse estar "orgulhosa" de suas raízes.

"Espero que todos os cineastas coreanos compartilhem este momento e estejam orgulhosos, porque foi o trabalho enormemente duro e o profissionalismo de toda a indústria que tornou possível um filme como 'Parasita'", afirmou Darcy Paquet, uma crítica cinematográfica que vive em Seul e fez as legendas da obra em inglês.

Parasita é uma comédia de humor negro, que conta a história de uma família pobre de golpistas que se infiltra na casa de uma família rica, em um olhar quase universal sobre o abismo de classes cada vez maior.

"Vou beber até amanhã", brincou o diretor sul-coreano, ao celebrar as primeiras vitórias de seu país na história do Oscar.

"Foi uma noite incrível, difícil de acreditar", acrescentou Bong, auxiliado por uma tradutora. "Penso que vou acordar e perceber que é um sonho", completou.

"Não tenho palavras", afirmou a produtora Kwak Sin-ae. "Nunca imaginamos que isto aconteceria, estamos muito felizes, sinto que estamos vivendo a história neste momento. Expresso minha gratidão e respeito a todos os membros da Academia".