J.K. Rowling confirma segundo livro de seu alter ego Robert Galbraith
A autora de "Harry Potter", J.K. Rowling, passou uma semana inteira praticando uma falsa assinatura para o pseudônimo que criou, um escritor de romance policial chamado Robert Galbraith, revelou a britânica nesta quarta-feira (24).
As vendas de "The Cuckoo's Calling" -- um romance que conta a história de um detetive particular que investiga o aparente suicídio de uma modelo -- dispararam desde que se descobriu neste mês que a autora é ninguém menos que Rowling.
Na semana passada, por exemplo, a alta foi de 41 mil por cento, de acordo com dados divulgados pela Nielsen BookScan.
Em um site criado para Galbraith, a célebre autora confirmou que acaba de finalizar a continuação da história, que será publicada com a assinatura de seu alter ego no ano que vem.
Rowling, que vendeu mais de 450 milhões de cópias dos livros de Harry Potter, foi acusada de planejar a revelação da autoria do novo livro como um golpe publicitário, mas ela insiste que queria que sua autoria tivesse permanecido em segredo.
"Se alguém tivesse visto os planos mirabolantes que elaborei para esconder minha identidade, perceberia que eu não queria ser descoberta", escreveu a autora de 47 anos.
A autora contou como passou os dias trabalhando na assinatura de Galbraith. "Minha assinatura para Robert Galbraith é peculiar e consistente. Gastei uma semana inteira praticando até ter certeza de como seria", disse.
A empresa britânica Russells pediu desculpas após descobrir que um de seus colaboradores foi quem revelou o segredo. O homem contou a identidade real de Galbraith à melhor amiga da mulher, mas teria "pedido sigilo".
Porém, Rowling disse que Galbraith não precisou de sua ajuda -- suas vendas iniciais teriam sido favoráveis em comparação com o sucesso de J.K. Rowling no começo da carreira.
Duas emissoras de TV já tinham se interessado em adaptar o romance aclamado pela crítica, mesmo antes de a autoria real ter sido revelada, acrescentou Rowling.
Galbraith foi descrito originalmente pela editora como um ex-membro da Polícia Militar Real, que vinha trabalhando na indústria de segurança civil desde a década passada.
Essa descrição serviu como uma "boa justificativa para não aparecer em público ou fornecer uma fotografia", explicou Rowling. A autora disse, ainda, que escolheu o primeiro nome do pseudônimo por causa do seu herói: Robert F. Kennedy, o político americano que foi assassinado em 1968. O sobrenome, porém, foi escolhido por uma razão mais aleatória: "Quando era criança, eu queria muito ser chamada de 'Ella Galbraith' e eu não tenho a menor ideia do porquê", afirmou.
Rowling disse, ainda, que escreveu escondida por esse pseudônimo porque, por ser uma das autoras mais famosas do mundo, queria trabalhar "sem exageros ou expectativas para receber um retorno totalmente verdadeiro em relação ao trabalho".
Seu primeiro romance para adultos, "Morte súbita", foi publicado ano passado e dividiu opiniões. As expectativas foram muito altas devido ao enorme sucesso dos sete livros da saga "Harry Potter", que viraram filmes de Hollywood e fizeram de Rowling uma mulher multimilionária.
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