Alice Caymmi e Àttooxxá estão juntos em novo álbum da cantora, "Elétrika"
"Sempre carreguei o estigma da loucura por um preconceito e abracei. Minha loucura é essa, transformar tudo em arte". Foi sobre "loucura" meu papo com a cantora Alice Caymmi, que lança "A Noite Inteira" hoje (24) com participação do grupo baiano Àttooxxá
Produzida por Gorky, Maffalda e Zebu da Brabo Music, a faixa foi composta por Rafa Dias e Chibatinha com colaboração da própria Alice. É a primeira do novo álbum da cantora, "Elétrika", com previsão de lançamento para este semestre.
Alice não faz mistério nenhum sobre o projeto. Tanto que ela estreia domingo (26), em São Paulo, o show da série Ensaios de Verão, com parte do repertório do disco ainda inédito.
A apresentação marca a inauguração do Galpão Oro, novo espaço de São Paulo, localizado no bairro da Barra Funda, o qual Alice abriu em sociedade com Talita Morais.
Leia abaixo trechos da conversa que tive com Alice na semana passada por telefone.
Adriana: "Elétrika" já tem uma data de lançamento?
Alice Caymmi: Ainda é muito complicado. Como a Brabo Music está envolvida e eles têm muito trabalho eu não tenho essa pressa. Sou vizinha deles e a gente vai fazendo o disco nos intervalos de outros trabalhos. A gente está se divertido muito.
Essas músicas foram compostas há um ano com todos compositores que curto. A gente saiu com umas setes músicas, algumas dessas ficaram no álbum. Comecei a produzir este trabalho em dezembro do ano passado e janeiro também trabalhei nele.
Esse "show de verão" é esquenta para mostrar o que vem por aí?
Já tem músicas inéditas. Já estou mostrando quase tudo nesse show.
Como você escolheu as participações e quem mais está além do Àttoxxá?
Ele [o single] foi produzido pelo Àttoxxá. E tem ainda outras participações mas não foram consolidadas.
Seu disco anterior, o "Electra" foi super elogiado e esteve em várias listas de melhores discos de 2019. O que "Elétrika" traz dele?
São quase duas faces da mesma moeda. É um desdobramento do "Electra". "Elétrika" é uma continuação da minha face pop.
Quando falamos Alice Caymmi vem a figura de uma mulher que faz loucuras quando na verdade você só é uma cantora. Como lida com esse rótulo de ser "louca"?
Sempre carreguei comigo o estigma da loucura por um preconceito das pessoas, mas acabei abraçando esse estigma. Estou destrichando essa imagem de várias maneiras possíveis. Vim como louca lá atrás, mas isso era só o começo. Não gosto de fugir do estigma. Minha loucura é isso aqui. Meu show, minha música e agora a criação desse espaço de arte. "Elétrika" é uma face mais jovem e mais forte. Vem depois "Electra" recarregar as baterias.
Sou uma artista imprevisível e quem faz algo imprevisível é chamado de louco. A imprevisibildiade da arte é boa, na política a gente não pode exercitar esta imprevisibilidade. Isso sim é loucura, a que tem que ser curada.
Galpão Oro é um novo espaço em São Paulo sob sua direção. Como pretende usá-lo?
É uma casa minha em sociedade com minha amiga Talita Morais. Sou responsável pela direção e curadoria da programação.
Em São Paulo há uma efervescência de arte muito grande e achei que faltava um pouco de pessoas que pensassem nessa arte. Queremos trazer os artistas para dentro desse galpão. Pensamos em exposições, oficinas, workshops, seminários e vários tipos de movimentação. Estudamos muito para abrir esse espaço. Nossa ideia é ter evento durante o dia também. Vai ser muito interessante.
É a primeira vez que tenho um lugar. Não serão mega eventos porque é um espaço para 300 pessoas, mas vamos compor uma agenda legal.
Serviço
Alice Caymmi
Quando: 26 de janeiro, às 15h
Onde: Galpão Oro - Rua Barra Funda, 897
Inf: R$ 20,00 (meia-entrada) e R$ 40 (inteira)
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