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Com 16 artistas no palco, Gang 90 homenageia Julio Barroso em show em SP

21/02/2019 15h35

Banda fundada em 1980 por Julio Barroso (1953-1984), a Gang 90 apresenta o show "Nossa Onda de Amor Não Há Quem Corte" neste sábado (23) e domingo (24) no Sesc Pompeia, em São Paulo. 

Organizado por Taciana Barros, integrante da banda desde 1980 e pelo baixista Paulo Lepetit, integrante da segunda formação, o show homenageia seu fundador, importante nome do pop rock brasileiro do início daquela década. 

 A apresentação mostrará canções dos álbuns "Essa Tal de Gang 90", "Rosas & Tigres", "Pedra 90", "Quero Sonhar com Você" e músicas inéditas compostas para esse reencontro, além de uma releitura da obra do compositor Júlio Barroso.

O time reunido especialmente para esse evento mescla a formação original com artistas do cenário atual. Estarão no palco Taciana Barros (voz e piano), Herman Torres (voz, guitarra), Paulo Lepetit (baixo), Gilvan Gomes (guitarra), Beto Firmino (teclados e voz), Tamima Brasil (bateria) e Bianca Jordhão e Elô Paixão (vocais), além das participações especiais de Edgard Scandurra, Filipe Catto e Rodrigo Carneiro, do Mickey Junkies. 

A apresentação conta ainda com declamações do livro "A Vida Sexual do Selvagem" (1991) e da revista Música do Planeta Terra (1975), pela artista Natalia Barros e o poeta Ian Uviedo, além de poemas inéditos. Na ocasião, será lançado o livro "A Wave is a Wave", organizado por Natalia Barros e contendo textos e ilustrações inéditas de Julio Barroso.

Gang 90 & e as Absurdetes ganhou destaque com a sonoridade que misturava new wave e beatnik, além da forte presença do coro feminino nas músicas.

A coluna conversou com Taciana sobre sua história com a Gang e com o poeta e compositor. Leia abaixo:

Adriana de Barros: Como vocês vão homenagear o Julio no show?
Taciana Barros: Vamos lançar um livro com todo universo poético dele. Desde textos que ele escrevia para Música do Planeta Terra, revista raríssima que ele editava. Vamos colocar trechos de poesias inéditas, trechos de letras que viraram canção, mas que trazem uma densidade poética forte. Terão poesias na grafia dele e batidas à maquina por ele. No show, além de várias parcerias com ele, terão também parcerias dele com outras pessoas, vamos projetar bastante poesias e imagens. A hora que a gente tá fazendo a Gang estamos com o Julio na alma.

Como era sua relação com o Julio?
Taciana Barros: Era um grande parceiro. Transformou a minha vida, como transformou a de todos que o conheceu. O Julio chegou com muita informação, muitos discos, trazia coisas de fora que ninguém trazia. Era um choque cultural encontrar o Julio. A gente dizia que ele era um "traficante da liberdade". Eu tocava em Santos e a Gang foi tocar lá. Foi assim que ele me convidou pra entrar na banda, quando eu tinha 17 anos, então ele é muito importante pra mim. Foi um grande parceiro. Tem músicas minhas com ele que amo. Inclusive, a nossa parceria "Fundo do Coração" foi regravada pelo Filipe Catto e ficou linda na versão dele. Foi muito difícil a perda. A gente sempre sente falta de artistas importantes. Sentimos muita falta dele.  

Como você acha que o Julio estaria vivendo neste momento no país. Ele ainda seria amigo do Lobão?
Taciana Barros: É difícil responder por ele. Posso responder por mim. O Lobão é um cara que respeito muito musicalmente. Acho "Cena de Cinema" um dos melhores álbuns do rock. Ele mora na minha rua, a gente se cumprimenta e conversa. Falei pra ele que a gente ia fazer a Gang, ele me deu um abraço. Independentemente de diferenças, de filosofia, do que a gente quer para o Brasil, acho que existe um respeito. Acho que amizade está acima de tudo, se tiver respeito. 

Qual a música da Gang 90 que você mais lembra dele quando está no palco?
Taciana Barros: A música é "Telefone". Tanto que pedi pra cantar essa no show. Espero não chorar. Regravei essa com Pequeno Cidadão também. 

Como aconteceu a escolha dos convidados para esses dois shows? 
Taciana Barros: Propositalmente quisemos misturar a antiga geração com a nova. Tem intervenção poéticas do Ian, artista de 19 anos, do Rodrigo Carneiro (Mickey Junkies). A minha irmã Natália Barros está organizando essa parte como também organizou o livro. É um show com 16 artistas no palco. É muito emocionante. Acho que esse reecontro demorou para acontecer pela densidade e importância.

Serviço
Gang 90
Quando: Dias 23 e 24 de fevereiro - Sábado, às 21h, e domingo, às 18h
Onde: Teatro do Sesc Pompeia
Inf: https://www.sescsp.org.br