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Grupo feminista Pussy Riot se apresenta pela primeira vez no Brasil

Nadya Tolokonnikova, da Pussy Riot, vem ao Brasil para o Festival Garotas à Frente - Divulgação
Nadya Tolokonnikova, da Pussy Riot, vem ao Brasil para o Festival Garotas à Frente Imagem: Divulgação

18/01/2019 11h26

O grupo de punk rock feminista russo Pussy Riot desembarca no Brasil para dois shows. No dia 19 de abril como atração do Abril Pro Rock, no Recife, e no dia seguinte como banda principal do Festival Garotas à Frente, em São Paulo.

A apresentação de 20 de abril será no Fabrique Club, na Barra Funda.

No evento, haverá ainda bandas nacionais, como a Sapataria, exposição e workshops do Girls Rock Camp Brasil. O lançamento do livro homônimo "Garotas à Frente", de Sarah Marcus, que relata a história do movimento Riot Grrrl nos Estados Unidos, também está na programação. 

As Pussy Riot que foram presas em 2012 e soltas em 2014 não têm o hábito de se apresentarem juntas. Nessa turnê sul-americana, quem vem é Nadya Tolokonnikova, ao lado de outros membros do coletivo.

Segundo Nadya, o show conta com performances audiovisuais novas dedicadas a temas políticos, como a não quebra de patentes pela indústria farmacêutica e outros mundanos, como caspa. "Nossa ideia é tentar imaginar como o punk irá soar e parecer em 2028, tempos de resistência digital, levante contra a disparidade financeira e movimentos de massa para salvar o planeta".

Os ingressos já estão disponíveis e custam a partir de R$ 80,00 no primeiro lote promocional e estudante.

Veja abaixo a performance na Copa do Mundo de Moscou


A prisão

Em fevereiro de 2012, cinco mulheres entraram com instrumentos e amplificadores na Catedral de Cristo Salvador, o maior templo da Igreja Ortodoxa russa, e fizeram uma oração punk, com a música "Virgem Maria, Tire o Putin do Poder". Elas tocaram e cantaram por exatos 48 segundos, antes de serem arrastadas para fora e mandadas embora. Na mesma noite, subiram o vídeo da performance no Youtube, sob o nome Pussy Riot, e em poucas horas se tornaram inimigas número 1 da Igreja e do Estado. 

Foram presas, julgadas e condenadas a dois anos de prisão por baderna e incitação ao ódio religioso. Mas também chamaram a atenção da mídia mundial, sendo alçadas ao status de maior grupo de arte performática da Rússia.

O coletivo, que se denomina "ativista digital", foi formado em agosto de 2011, em Moscou.